Há muito que a espécie humana acredita ser a mais inteligente de todas as espécies animais. Porém, um crescente conjunto de evidências científicas sugere que, enquanto espécie, estamos apenas a ser arrogantes.
Um crescente número de biólogos, que se dedicam ao estudo da evolução das espécies, argumenta que em vários casos os animais têm cérebros superiores aos do ser humano e que muitas das suas habilidades não são bem interpretadas pelos humanos.
Por exemplo, a capacidade do gibão em produzir sons variados, com diferentes significados, ou o sofisticado método do coala para marcar o seu território ou as habilidades dos animais domésticos para persuadir os humanos são referidos como provas desta inteligência.
“Durante séculos, todas as autoridades, desde as religiosas às académicas, repetiram a mesma ideia de que os humanos são excepcionais, em virtude de serem os animais mais inteligentes”, afirma Arthur Saniotis, investigador visitante da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Adelaide. “No entanto, a ciência diz-nos que os animais podem ter faculdades cognitivas que são superiores às dos seres humanos”, acrescenta.
A crença de que os humanos possuem inteligência superior remonta à Revolução Agrícola, há cerca de dez mil anos, quando as pessoas começaram a produzir alimentos e a domesticar os animais. De acordo com os investigadores, esta crença ganhou nova força com o desenvolvimento das organizações religiosas, que viam os seres humanos no topo das espécies segundo a criação divina.
“A crença da superioridade cognitiva humana intrincou-se nas ciências e filosofia humana. Mesmo Aristóteles – provavelmente o mais influente de todos os pensadores – argumentou que os seres humanos eram superiores aos outros animais, devido à sua capacidade exclusiva para raciocinar”, explica Saniotis.
Maciej Henneberg, professor de anatomia antropológica e comparativa, também da Universidade de Adelaide, acredita que, frequentemente, os animais possuem diferentes faculdades que não mal interpretadas pelos humanos. “O facto de que eles podem não nos entender, e de nós não os entendermos, não significa que as nossas ‘inteligências’ estejam em níveis diferentes, são apenas de tipos diferentes”, diz.
Segundo os biólogos, os animais possuem diferentes tipos de inteligência, como a social e a cinestética, que têm sido subestimadas devido à fixação dos seres humanos sobre a linguagem e tecnologia. Os gibões podem produzir até 20 sonoridades com significados diferentes. “O facto de não construírem casas é irrelevante para os gibões”, afirma Henneberg. “Muitos quadrúpedes deixam complexas marcas olfactivas no ambiente e alguns, como os coalas, têm glândulas peitorais para marcarem o território. Os humanos, com o seu limitado poder olfactivo, não conseguem avaliar a complexidade das mensagens contidas nas marcas olfactivas, que podem ser tão ricas em informações como o mundo visual”, indica.
Uma experiência realizada na Universidade de Cambridge provou que os membros da família dos corvos, conhecidos como corvídeos, não estão apenas entre as aves mais inteligentes, como são mais inteligentes que a maioria dos mamíferos e podem realizar tarefas que crianças de três e quatro anos têm dificuldade em executar.
Um outro estudo provou que as gralhas conseguem utilizar pedras para aumentar o nível das águas de um recipiente para conseguirem capturar vermes e insectos. Os corvos que habitam nas áreas urbanas aprenderam a utilizar o tráfego rodoviário para partir nozes. Estas aves aguardam nos cruzamentos, vigiando os semáforos, de forma a quando o trânsito pára recolherem as suas nozes, que anteriormente deixaram cair e foram esmagadas pelos carros.
Henneberg também acredita que os animais domésticos constituem um exemplo próximo das habilidades mentais dos mamíferos e das aves. “Eles conseguem comunicar-nos as suas exigências e levar-nos a fazer coisas que querem. O mundo animal é muito mais complexo do que achamos”, considera.
Fonte: Green Savers
As serpentes são animais que estão entre os mais temidos pelas pessoas, existindo muita curiosidade sobre essas fascinantes predadoras. Fique a saber mais sobre elas lendo este post!
As serpentes, também chamadas ofídios, cobras, mbóis, mboias e malacatifas, são répteis poiquilotérmicos - ou seja, têm um mecanismo interno que regula a temperatura corporal (os chamados comummente de animais de 'sangue frio') - sem patas, pertencentes à subordem Serpentes, ou Ophidia. São bastante próximas dos lagartos, com os quais partilham a ordem Squamata.
O esqueleto da maioria das serpentes consiste apenas no crânio, maxilares, coluna vertebral e costelas.
A coluna vertebral possui aproximadamente entre 200 e 400 (ou mais) vértebras. Destas, em torno de 20% (às vezes menos) são da cauda e não possuem costelas. Já as vértebras do corpo possuem, cada uma, duas costelas articuladas a elas. As vértebras também possuem projeções às quais se fixam os fortes músculos que as serpentes usam para se locomover.
A pele das cobras é coberta por escamas. As escamas do corpo podem ser lisas ou granulares. As suas pálpebras são escamas transparentes que estão sempre fechadas. Elas mudam a sua pele periodicamente (num processo conhecido como ecdise ou muda).
Pensa-se que a finalidade primordial desta é remover os parasitas externos. Esta renovação periódica tornou a serpente num símbolo de saúde, como por exemplo no símbolo da medicina (o bastão de Esculápio).
O pulmão esquerdo é muito pequeno ou mesmo ausente, uma vez que o corpo em forma tubular requer que todos os órgãos sejam compridos e estreitos. Para que caibam no corpo, só um pulmão funciona. Além disso muitos dos órgãos que são pares, como os rins ou órgãos reprodutivos estão distribuídos ao longo do corpo de modo que um esteja à frente do outro, sendo um exemplo de excepção da simetria bilateral.
Apesar de a visão não ser particularmente notória (geralmente sendo melhor na espécie arboreal e pior na espécie terrestre), não impede a detecção do movimento. Para além dos seus olhos, algumas serpentes (crotalíneos - ou cobras-covinhas - e pítons) têm receptores infravermelhos sensíveis em sulcos profundos chamados de fossetas que lhes permite sentir o calor emitido pelos corpos. Isto é extremamente útil em lugares com pouca luminosidade. Como as serpentes não têm orelhas externas, a audição consegue apenas detectar vibrações, mas este sentido está extremamente bem desenvolvido. A maioria das serpentes usa a sua língua bifurcada para captar partículas de odor no ar e enviá-las ao chamado órgão de Jacobson, situado na sua boca, para examiná-las. A bifurcação na língua dá à serpente algum sentido direccional do cheiro.
Todas as serpentes são carnívoras, comendo pequenos animais (incluindo lagartos e outras cobras), aves, ovos, ratos ou insectos. Algumas cobras têm peçonha (veneno) para matar as suas presas antes de as comerem. Outras matam as suas presas por constrição (apertando as presas).
As cobras não mastigam quando comem, elas possuem uma mandíbula flexível, cujas duas partes não estão rigidamente ligadas. Isso dá-se graças ao osso quadrado que funciona como uma peça de encaixe, que quando necessário desarticula a sua mandíbula para se adaptar ao
tamanho da sua presa (ao contrário da crença popular, elas não desarticulam as suas mandíbulas), assim como numerosas outras articulações do seu crânio, permitindo-lhes abrir a boca de forma a engolir toda a sua presa, mesmo que ela tenha um diâmetro maior que a própria cobra.
As cobras ficam entorpecidas, depois de comerem, enquanto decorre o processo da digestão. A digestão é uma actividade intensa e, especialmente depois do consumo de grandes presas, a energia metabólica envolvida é tal que na Crotalus durissus, a cascavel mexicana, a sua temperatura corporal pode atingir 6 graus acima da temperatura ambiente. Por causa disto, se a cobra for perturbada, depois de recentemente alimentada, irá provavelmente vomitar a presa para tentar fugir da ameaça. No entanto, quando não perturbada, o seu processo digestivo é altamente eficiente, dissolvendo e absorvendo tudo excepto o pêlo e as garras, que são expelidos junto com o excesso de ácido úrico.
Normalmente, as serpentes não costumam atacar seres humanos, mas há relatos envolvendo serpentes grandes, como pythons. Apesar de serem dóceis, existem algumas espécies particularmente agressivas, mesmo assim, a maioria não ataca seres humanos, a menos que sejam assustadas ou molestadas, preferindo evitar este contacto.
As cobras usam quatro métodos de locomoção.
Todas as serpentes têm a capacidade de ondulação lateral, em que o corpo é ondulado de lado e as áreas flexionadas propagam-se posteriormente, dando a forma de uma onda de seno propagando-se posteriormente.
Além disto, as serpentes também são capazes do "movimento de concertina".
Este método de movimentação pode ser usado para trepar em árvores ou atravessar pequenos túneis. No caso das árvores, o tronco é agarrado pela parte posterior do corpo, ao passo que a parte anterior é estendida. A porção anterior agarra o tronco em seguida e a porção posterior é propelida para a frente. Este ciclo pode ocorrer em várias secções da cobra simultaneamente (este método originou a afirmação errónea de que as cobras "andam nas próprias costelas"; na verdade, as costelas não movem para frente e para trás em nenhum dos 4 tipos de movimento). No caso de túneis, em vez de se agarrar, o corpo comprime-se contra as paredes do túnel criando a fricção necessária para a locomoção, mas o movimento é bastante semelhante ao anterior.
Outro método comum de locomoção é locomoção rectilínea, em que uma cobra se mantém recta e se propele como se de uma mola se tratasse, usando os músculos da sua barriga. Este método é usado normalmente por cobras muito grandes e pesadas, como pítons e víboras.
No entanto, o mais complexo e interessante método de locomoção é o zigue-zague, uma locomoção ondulatória usada para atravessar lama ou areia solta.
Nem todas as serpentes são capazes de usar todos os métodos. A velocidade máxima conseguida pela maioria das cobras é de 13 km/h, mais lento que um ser humano adulto a correr, excepto a mamba-negra, que pode atingir até 20 km/h.
As serpentes usam um vasto número de modos de reprodução. Todas usam fertilização interna, conseguida por meio de hemipénis bifurcados e no momento da cópula esse órgão genital infla-se com sangue e é evertido para ser introduzido na cloaca da fêmea durante a cópula.
Hemipénis de Sucuri
A maioria das serpentes é ovípara (colocam ovos) e outras como os boídeos (sucuris e jibóias) e viperídeos (excepto a surucucu-pico-de-jaca) são vivíparas dando à luz filhotes já formados.
Cobra-rateira, existente em Portugal, cuja toxina é mortal para o Homem
Embora apenas um quarto das serpentes sejam peçonhentas - é vulgar chamar erradamente venenosos aos animais que injetam sua toxina -, muitas das espécies são letais aos humanos. Estas serpentes letais são geralmente agressivas e sua peçonha pode matar um adulto saudável, se este não for devidamente tratado no período de algumas horas.
As cobras venenosas são classificadas em quatro famílias taxonómicas:
Em Portugal, apenas existem espécies de duas destas famílias - Colubridae e Viperidae. Apenas três espécies merecem referência como perigosas para o Homem: a cobra-rateira, a víbora-cornuda e a víbora-de-seoane. Os casos de mordeduras fatais conhecidos são raros e ocorreram principalmente em indivíduos debilitados, idosos, doentes ou crianças. Existem antídotos específicos para o veneno destas espécies.
Você estando na natureza, deve respeitar o animal em seu habitat e deixá-lo em paz. Avise as pessoas que estiverem próximas sobre a localização da cobra. Quando criança deve-se procurar um adulto e avisá-lo sobre a presença do animal. Em área urbana deve-se procurar o telefone de órgãos que capturam esses animais (bombeiros, Centros de triagem, etc). Lembre-se que as serpentes são animais importantes nos ecossistemas e é crime matar animais silvestres.
Primeiramente deve-se ter muita atenção quando estiver em áreas onde esses animais ocorrem como campos, florestas, fazendas. Olhar bem onde pisa e coloca as mãos, andando devidamente calçado uma vez que a maioria das picadas ocorre na altura do joelho para baixo. Quando andar de noite nesses lugares propícios de ocorrerem serpentes sempre utilizar uma lanterna. Quando for sentar-se no chão ou passar em troncos em florestas olhar cuidadosamente se não tem nenhum animal peçonhento próximo.
Há pouca razão para temer a morte devido à mordedura de serpentes. Apenas um quarto das cobras é peçonhenta, e dentre as 7 000 mordidas de cobras registadas na América por ano, menos de 15 vítimas morrem. No entanto, se você for mordido por uma serpente, há certos procedimentos a seguir. Primeiramente, distancie-se da cobra agressora. Segundo, localize um ou dois ferimentos puntiformes em seu corpo. Se o local da mordida começar a inchar ou doer muito, então você foi envenenado. Se possível, mantenha o ferimento acima ou no mesmo nível do coração para facilitar a circulação e rapidamente procure auxílio médico. O veneno em si normalmente não o matará, mas exacerbar-se enquanto envenenado pode ser fatal. Não amarre o local da mordida para impedir que o veneno espalhe-se, pois a falta de circulação sanguínea pode matar o local. Além do mais, o veneno espalha-se por seu sistema circulatório quase que instantaneamente quando é injevtado. Apesar da crença popular, não se pode sugar o veneno da cobra usando-se a boca.
Sinais e sintomas:
Não é necessário levar a serpente ou descrevê-la para o médico, ele fará o diagnóstico a partir do ferimento e dos efeitos no corpo do paciente.
Somente o soro cura intoxicação por picada de serpentes. Há soro específico para a maioria das espécies de serpentes.
Píton Africana
Segundo Murphy & Henderson (1997), os maiores recordes são de Píton Africana (Python sebae) com 12 metros, Sucuri (Eunectes murinus) de 11,5 metros (Registro do Marechal Rondon em Oliver, 1958), Píton Reticulada (Python reticulatus) com 10 metros e a Píton Indiana (Python molurus) com 9,14 metros.
A Cobra-rei ou "King Cobra" (Ophiophagus hahhah) com 5,58 metros de comprimento.
Alguns acreditam que a serpente personifica o mal, outros, que é forte aliada contra as forças mais poderosas que possam atacar-nos. As cobras sofrem o processo da troca de pele e esse é um evento que desperta a curiosidade. Essa característica possibilita associá-la ao rejuvenescimento, algo muito desejado pelo homem em todos os tempos.
A ela está associada a imagem do Oroboro, a serpente que morde a própria cauda formando uma circunferência, símbolo da continuidade, da eternidade. Associada também à Oxumaré, Orixá da Umbanda que rege a renovação. Para saúdar Oxumaré se diz: "Arroboboi!" ou "Orobobô!"
Na tradição Cristã, Satanás, disfarçado de serpente, instiga a queda enganando Eva para desobedecer uma ordem de Deus. Por isso a serpente também representa tentação, demónio e enganação.
Os traços positivos da cobra podem ser vistos quando interligada com a Árvore da Vida e representa bondade, também associada com poderes curativos e ou renascimento simbolizado na mudança de sua pele. O mito da tentação da serpente no jardim do Éden, refere-se à necessidade de auto-realização do homem, o princípio da individuação. É comum que seja apresentada por alguns como a representação simbólica do princípio sedutor da mulher.
No Hinduísmo, está também associada à Kundalini, energia vital e sexual situada na base da coluna e que, se despertada, pode fluir pelo corpo do homem através da espinha dorsal, em forma de uma serpente que enrolando-se, em espiral, sobe até chegar à cabeça. Como resultado, abre-se o acesso à corrente espinal de energia, permitindo que se tenha contavto com a energia da força vital, que tudo cura. Seu coração entra em contacto com seu Eu Superior e a Consciência Cósmica.
No Xamanismo ela significa transmutação, cura, regeneração, sabedoria, psiquismo, sensualidade. Como as cobras deixam para trás a sua pele, nós podemos deixar para trás as nossas ilusões e limitações para usarmos plenamente a nossa vitalidade e desejos para alcançar a totalidade.
No Xamanismo Ancestral este Animal de Poder é um grande aliado de cura, ela é poderosa e indispensável. Ela tem a capacidade de devorar doenças comendo tumores e outros patógenos virulentos, pois o organismo da Serpente não é vulnerável às mesmas doenças que o nosso. À medida que for desenvolvendo a sua relação com essa nova aliada, pergunte a ela quando o uso desse poder é indicado. É importante observar que o veneno da Serpente, embora sempre tóxico, é útil à produção de vários tipos de remédios.
Há muito tempo este Animal de Poder representa o emblema da força energética e da sabedoria de diversas escolas de misticismo e ocultismo do passado e da atualidade. Aperece na coroa dos faraós egípcios e demais impérios do passado, representa o Eu Inferior Oculto, que é a mente subconsciente ou inconsciente.
Ver uma serpente em seu sonho você pode interpretar como um anúncio de uma etapa de enfrentamentos com o seu próprio eu. Talvez você passe por experiências que possam parecer desagradáveis mas que no final resultarão numa solução de luz e numa sabedoria que dificilmente você conquistaria de maneira tão rápida.
O sonho indica-lhe que você se deve preparar para viver algo importante como também renunciar a certos prazeres para entrar em contactos com a sua verdade superior. Problemas poderão ser solucionados se você tiver a tranquilidade para perceber os sinais da sua vivência diária.
Fontes: Wikipedia, Herpetofauna, CobrasNetBR e Dalla Blog
A holandesa Katinka Simonse (cujo apelido é Tinkebell) tem matado animais para as suas exibições artísticas. Esta é uma forma cruel de "arte" conhecida como performática. Simonse, de 31 anos, causou indignação entre defensores de direitos animais no mundo e outras pessoas que simplesmente gostam e respeitam os animais.
Segundo Tinkebell seu foco é o uso do grotesco para chamar a atenção para a verdade do nosso comportamento. Ela indaga: “Qual é a diferença se uma cobra está sendo morta para a confecção de botas de couro, ou se uma vaca está sendo morta, eviscerada e depois comida, ou ainda se pintos machos, que iam ser mortos de qualquer maneira em uma casa de abate por meio de gaseamento ou outro método, são simplesmente submetidos a um triturador? Qual a diferença de você dar ao seu filho um coelho de estimação ou simplesmente dar-lhe um verdadeiro coelho, morto de pelúcia?
Qual é a razão de se conseguir um hamster se você só vai interagir com ele através de uma bola de plástico ou gaiola? Para mim os animais são objetos”.
Fonte: 7 coisas da Marina
Em baixo, algumas fotos das suas obras de "arte". *As imagens podem ser chocantes*.
Há, contudo, uma petição online com o «intuito de sensibilizar o mundo e tentar travar este tipo de 'arte'» e «chegar aos ouvidos do governo holandês». Se a quiserem assinar, assim como eu fiz, o link é http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=P2013N71029.
Durante cerca de cinco horas, um elefante bebé não parou de chorar depois de a mãe o ter rejeitado e atacado, num jardim zoológico chinês. Segundo o Huffington Post, a mãe pisou a sua própria cria e os tratadores pensavam que tinha sido um acidente, mas quando voltaram a colocar o bebé perto da mãe, o elefante tentou atacar de novo. O elefante sentiu a rejeição e não parou de chorar, de acordo com os tratadores. Agora, o pequeno elefante aparenta estar bem, mesmo estando afastado da sua mãe.
Em baixo, o vídeo da reportagem (em chinês):
por Carol Castro e Alexandre Versignassi
Três andares acima do térreo, a alguns lances de escada de distância, muito antes de você apalpar os bolsos em busca da chave, seu cachorro o aguarda ansioso atrás da porta. Ele sabe que você, e não o seu Zé, que recolhe o lixo do prédio todos os dias, está prestes a subir até o terceiro andar. Basta colocar o primeiro pé dentro de casa para receber a saudação calorosa do bichinho. E não importa com quem você esteja. Se chegar acompanhado com velhos ou novos amigos, ou mesmo com seu irmão gêmeo, que mora no exterior há alguns anos, ele não vai pular nas pernas erradas. Ele sabe quem é você.
Mas a verdade provavelmente é outra. O problema não está nos animais que não se reconhecem no espelho. Está em quem testa a presença de consciência sob a ótica humana. O mundo de um cachorro ou de um gato não se cria majoritariamente com imagens, como o nosso. Eles veem com sons e, principalmente, cheiros. E o espelho exclui a melhor arma de reconhecimento do cachorro: o olfato. O biólogo Marc Bekoff, da Universidade do Colorado, testou o próprio bichinho para saber se ele era capaz, de alguma forma, de se reconhecer. Em vez de testar imagens, Bekoff pensou como um cão. Durante cinco invernos, toda vez que saía para passear com o companheiro, recolhia pedaços de neve onde o cão havia feito xixi. Depois, recolhia neve com urina de outros cachorros.
Então Bekoff espalhava os blocos de neve - alguns com xixi do cachorro dele, outros com o de outros cães -por lugares diferentes. E a reação do melhor amigo do pesquisador era sempre a mesma: quando encontrava a urina de outro cão, despejava um novo jato de xixi em cima para marcar o território como dele. Normal. Mas quando encontrava um bloco com a própria urina, não dava bola. Sabia que aquele xixi já era dele, então o território não precisaria de remarcação. Resultado: o cachorro sabe muito bem quem ele é. Mas diferentemente de você, que se reconhece pela fisionomia, ele faz isso pelo cheiro.
Se o nosso mundo é rico em imagens, o dos animais domésticos, as estrelas desta reportagem, vem carregado de sons, cheiros e sensações. E qualquer coisa acompanha uma porção de informações: um poste é uma fonte rica de notícias, diz se outro animal passou por ali, quem era, e há quanto tempo isso aconteceu. Ainda é impossível aguçar nossos sentidos, entrar na pele deles e entender a riqueza de cada cheiro, som, imagem ou sabor. Mas dá para entender como eles veem o mundo e descobrir por que seus pets insistem em fazer coisas que você odeia - ou adora.
Olfato além do alcance
Rememore a primeira informação desta matéria: gatos e cães constroem o mundo com cheiros, sons e um pouco de imagens. Para os cães, o olfato é fundamental. Existem entre 120 e 300 milhões de células olfativas dentro do nariz. Nós temos apenas 6 milhões. O que isso significa? Que eles podem até detectar câncer em humanos só farejando nosso hálito.
É o que pesquisadores do hospital Schillerhoehe, na cidade de Gellingen, Alemanha, descobriram em 2011. O oncologista Thorsten Walles e seus colegas deram amostras de tumores para que os cães farejassem. Era uma forma de treino, como fazem com cães farejadores de drogas - dão um osso de borracha com cocaína dentro para que o cão aprenda a reconhecer o cheiro do entorpecente; aí ele consegue reconhecer cocaína camuflada até dentro de sacos de café no fundo de uma mala.
Os alemães fizeram mais ou menos isso, só que com amostras de células cancerosas. Depois, pacientes com câncer de pulmão em estágio inicial sopraram dentro de tubos de ensaio (que eram tapados em seguida). Os cientistas treinaram os cachorros para sentar cada vez que sentissem "cheiro de câncer" em algum desses tubos de ensaio. E os cachorros acertaram 71% dos casos.
A ideia dos pesquisadores agora é construir uma espécie de "nariz eletrônico" que seja capaz de reconhecer os mesmos elementos químicos característicos de câncer que os cães farejam. Seria uma máquina capaz de detectar a doença logo nos estágios iniciais - uma revolução no mundo dos diagnósticos, que certamente salvaria vidas. Mas, por enquanto, há um problema: determinar quais são esses elementos químicos que denunciam a presença de um tumor. Como disseram os pesquisadores: "Infelizmente, os cães não têm como nos dizer qual é a bioquímica do cheiro do câncer". Seja como for, o olfato deles continuará sendo uma ferramenta fundamental nessa busca.
Não é apenas a quantidade de células olfativas que deixa o nariz dos cães tão poderoso. As partes internas do nariz e suas divisões têm um papel importante. Para saber como funciona mesmo o nariz deles, uma equipe da Universidade do Estado da Pensilvânia convocou sete cães, colocou máscara neles e despejou alguns odores. Os pesquisadores conectaram o nariz de uma das cadelas participantes a um equipamento de ressonância magnética. Aí revelaram o caminho do ar dentro das narinas caninas. Descobriram áreas específicas de respiração e expiração. No nosso caso, por exemplo, não temos uma área onde guardamos o ar inalado e outra onde fica o ar exalado. Por conta disso, quando respiramos, paramos de "farejar" e soltamos todo o gás, carregado de odores, de volta para o mundo. Nos cães isso é diferente, enquanto respiram o processo olfativo continua ligado. E nenhum odor passa batido pelo cão. Por isso mesmo, tanto eles como os gatos (outros campeões na detecção de odores, com 200 milhões de células olfativas) usam o nariz para se reconhecer e trocar informações.
E para "coversar" com você. Fungando suas meias e sapatos, eles descobrem por onde você andou, se encontrou com outras pessoas, o que comeu, se fez sexo, fumou ou correu. Entende agora como seu calçado é tentador para eles? O sofá e a sua cama também. E onde mais houver o seu cheiro. Por isso mesmo, gatos e cachorros preferem ficar perto de lugares onde podem sentir o cheiro dos donos. Mesmo se for a sua poltrona nova. Isso funciona também com roedores - quando vão mudar de gaiola, recomenda-se colocar algum pano com o cheiro da gaiola antiga - e do dono.
O papagaio não se importa tanto assim com o seu cheiro. Com faro pouco desenvolvido, ele reconhece você pela aparência ou voz. O paladar de um papagaio, aliás, também é péssimo. Enquanto nós temos 9 mil papilas gustativas, nos papagaios esse número varia de 300 a 400. E ele não fica sozinho nessa pobreza gastronômica. Na língua dos gatos só aparecem 473 papilas. Os cachorros têm um pouco mais: 1,7 mil. Assim como os papagaios, esses dois mamíferos conseguem distinguir as quatro principais características da comida. Mas seu gato dispensa os doces, e o cachorro detesta comidas amargas (passe um caldo de jiló na ponta do móvel que ele adora morder para ver se essa mania não acaba). Com um paladar tão fraco, os dois não se importam em degustar com calma um prato de ração premium. Eles devoram os pratos - para que perder tempo se não tem um milhão de sensações para descrever, como fazem os humanos? Aliás, é por causa desse ponto franco que os dois animais engolem qualquer comida que cair no chão.
No fim da história, quem sabe mesmo apreciar um jantar são os roedores. Os porquinhos-da-índia e os coelhos têm 17 mil papilas gustativas espalhadas pela língua. Quase duas vezes mais do que nós. Então eles exigem um cardápio selecionado. Alguns desses bichinhos gourmet, para você ter uma ideia, até rejeitam verduras e folhas com agrotóxicos.
Mas a falta de sensibilidade dos cães e gatos fica só no paladar mesmo. Nas coisas que realmente importam para a nossa convivência com eles, os animais domésticos são gênios da percepção. Até os cavalos são mestres nesse quesito.
Os sons do silêncio
A história de Hans, um cavalo alemão, mostra bem a capacidade de observação e associação dos animais que criamos. No começo do século 20, ele se tornou celebridade por acertar equações matemáticas. O dono escrevia na lousa uma conta como 1/2 + 1/3 e pedia a resposta ao animal. Ele batia a pata cinco vezes no chão, esperava uns segundos e batia mais seis vezes. Ou seja: 5/6. O dono dizia ter treinado o animal por dez anos.
Pura malandragem do treinador. Por trás do "raciocínio lógico" do equino, o que havia era uma capacidade ímpar de observação. Ele conseguia perceber sinais sutis no rosto do dono, que o público não tinha como observar. E, assim, descobria quando deveria bater ou não as patas no chão. Ou seja: um cavalo pode ser um ótimo parceiro de truco.
Cães e gatos também. Eles reparam, associam e memorizam tudo. Cada gesto, cada barulho. Tudo serve de pista sobre o próximo passo do dono. Aquele tilintar de chaves sempre vem antes da despedida. O cheiro do perfume também precede a sua saída. Eles guardam e aprendem com esses sinais. Sabem quando você está prestes a ir embora - e demostram toda a tristeza que sentem nesses momentos...
É quase impossível escapar do radar dos cães e dos gatos. Os felinos escutam ainda melhor que os cães. E absurdamente mais do que você. Um som que passe dos 20 mil hertz (o extremo do agudo) fica inaudível para nós. Já os gatos ouvem até 60 mil hertz. Os cachorros chegam aos 45 mil hertz. Isso porque os dois evoluíram caçando roedores, então conseguem captar os sinais hiper agudos que os ratinhos emitem para se comunicar. Nem o som das vibrações corporais dos cupins passa batido pelos gatos. Até o som de lâmpadas fluorescentes (sim, elas fazem barulho) eles conseguem captar. Segundo a especialista em comportamento animal Temple Grandin, da Universidade do Colorado, se você estiver conversando no térreo, seu gato vai ouvir e reconhecer sua voz lá do décimo andar. Insano.
Eles ouvem sons naquilo que para nós é silêncio. Mas isso não impressiona tanto quanto uma habilidade de outro animal doméstico: o papagaio, que enxerga o que para nós é invisível.
Papagaios psicodélicos
Os papagaios veem o mundo com visão ultravioleta. Na prática, enxergam cores invisíveis. "Quando eles olham para os pelos de outro papagaio, conseguem saber se é macho ou fêmea", diz Susan Friedman, especialista em comportamento animal da Universidade do Estado de Utah. Já nós, humanos, não conseguimos diferenciar papagaios de papagaias - só mesmo com intervenção cirúrgica para checar os órgãos genitais (um processo bem invasivo), ou com teste de DNA.
A visão ultravioleta também permite saber o grau de maturação de algumas frutas, como uvas, caquis e figos. Mas a graça dela vai bem além dessa parte mais pragmática. O mais bacana aqui é que os papagaios veem um mundo que para nós seria psicodélico. Temos três receptores de cor nos olhos (para verde, azul e vermelho). Então essas três são as nossas cores primárias - e a combinação entre elas cria as cores do nosso mundo. Os papagaios (e outras espécies de aves, peixes e répteis) têm quatro receptores: os nossos mais um dedicado ao ultravioleta. A combinação desses quatro cria um mundo estupidamente mais colorido que o nosso - um mundo tão difícil de imaginar quanto uma realidade com quatro dimensões, em vez das três que a gente conhece. O fato é que, se papagaios produzissem caixas de lápis de cor, elas teriam milhares de lápis. E olha que isso não é nada perto do que outros animais enxergam. O campeão mundial de visão, por exemplo, tem 12 receptores de cor. Doze cores primárias... Uau. E esse nosso amigo pra lá de lisérgico nem é um animal dos mais relevantes: trata-se do mantis, uma espécie de camarão.
Bom, pelo menos no mundo dos mamíferos nós levamos vantagem sobre os animais domésticos. O gato e o cachorro possuem só dois receptores de cor (azul e verde). Então o mundo deles é um pouco menos colorido que o seu. E diferente: o vermelho vira verde, o verde ganha um tom mais amarelado, e o violeta fica azulado. Até o preto parece mais desbotado. O porquinho-da-índia, diferente de outros roedores, que só enxergam em preto e branco, também tem visão bicromática (vermelho e verde). É como se eles, os cães e os gatos fossem daltônicos.
E essa não é a única diferença. As imagens da televisão, por exemplo, não fazem sentido para eles. Nosso olho, assim como o de outros animais, não apaga uma imagem no centésimo de segundo seguinte à captação. Ele ainda a mantém "viva" por uma fração de segundo. Se antes desse tempo surgir outra imagem, você terá a impressão de que as figuras estão em movimento. É o que acontece no cinema e na televisão: as cenas rodam numa velocidade de, no mínimo, 24 imagens por segundo. Se um filme mostrasse só cinco quadros por segundo, seria uma sequência quase pausada de figuras, como um filme em stop motion. É assim que os cães e gatos veem. Eles enxergam mais em menos tempo: um cachorro consegue ver de 70 a 80 imagens por segundo, um gato vê 100 imagens; até o porquinho-da-índia ganha de nós, com 33 imagens por segundo.
Essa percepção-extra faz com que eles vejam a programação de TV como se ela fosse em stop motion, com "cortes" entre cada cena. Além disso, a tela fica tremida e dá para ver a passagem dos quadros, que surgem de baixo para cima. Chaaaato.
As TVs digitais resolveram parte desse problema. Elas rodam numa velocidade mais alta, aí os cachorros conseguem ter uma visão mais parecida com a nossa, sem tremedeira na tela. Ainda assim, isso não basta para prender a atenção deles.
Mas para os cachorros, pelo menos, cientistas criaram uma solução: um canal de TV totalmente voltado a eles. Nicholas Dodman, veterinário e pesquisador da Universidade Tufts, lançou a novidade nos EUA no começo deste ano. O canal, chamado de DOGTV, mostra cenas de cachorros correndo pelo gramado, brincando entre si, pulando na piscina. Cada detalhe dos programas tem a ver com os interesses caninos. As cores foram adaptadas ao mundo "daltônico" deles e os sons também: o barulho da grama enquanto o cachorro passa por ela, o da bola que pinga no chão... O enquadramento também é diferente, as cenas foram filmadas do ângulo de um cachorro. Por exemplo, enquanto o bicho passa pela mata, o cachorro-telespectador vê a grama alta, como se ele mesmo passasse por ela. Dodman testou a eficiência do canal. Ele preparou três cenários para cachorros: canais humanos, como CNN ou Animal Planet, o DOGTV e uma TV desligada. Com monitoramento via câmera, o pesquisador concluiu que 75% deles assistiram pelo menos um bloco a mais do DOGTV do que das outras alternativas. Outra diferença é que cães e gatos enxergam melhor na penumbra. Em volta do glóbulo ocular deles existe uma membrana chamada tapetum lucidum, que funciona como um espelho e reflete toda a luz disponível de volta para a retina. Graças a isso, eles conseguem enxergar até 40% melhor do que os humanos no escuro.
É, perdemos feio nessas partes. Em compensação, temos um ponto a nosso favor: fóveas, que são uma porção de fotorreceptores na área central das retinas. Elas nos permitem ver bem coisas a poucos ou muitos centímetros do nosso nariz. Se você colocar um brinquedo numa distância entre 25 e 40 centímetros do nariz de um cão, provavelmente ele terá dificuldades em vê-lo. Ponto para nós. Mas, grande coisa, ainda ficamos atrás dos pássaros: os papagaios têm quase o dobro de fóveas. Sem contar o fato de os olhos estarem posicionados nas laterais do rosto. Isso permite a ele ver o que acontece ao redor numa panorâmica de quase 360 graus. Se soubessem driblar, seriam ótimos jogadores de futebol - até porque xingar o juiz, os papagaios já sabem muito bem.
O papagaio sabe o que diz?
Ele não grita biscoito à toa. Você ensina o que é biscoito, ele aprende e grita o dia inteiro na tentativa de ganhar mais comida. Muitos deles dizem oi quando você chega e tchau quando vai embora. Eles podem não saber semanticamente o que "oi" significa. Mas vem cá: você sabe, por acaso? Não, porque esse significado nem existe. "Oi" é apenas um som que os falantes de português emitem para avisar que chegaram. E que nós aprendemos quando ainda somos projetos de gente. Por esse ponto de vista, um papagaio dando "oi" é algo tão complexo quanto um ser humano dando "oi".
E talvez eles sejam ainda mais parecidos com a gente. "Acho que entendem o contexto das frases. Dizer que é só imitação é subestimá-los", aposta Susan Friedman. Nada ainda foi comprovado cientificamente, mas 30 anos de pesquisas parecem endossar a opinião de Friedman. Os papagaios podem resolver algumas tarefas linguísticas semelhantes com a mesma habilidade de crianças entre quatro e seis anos. Pelo menos foi assim com Alex, um famoso papagaio treinado pela pesquisadora Irene Pepperberg ao longo de 30 anos. Ele compreendia os conceitos das palavras "mesmo", "diferente", "maior", "menor" e "nenhum", além de saber somar números. No total, conhecia 100 diferentes palavras e distinguia cores e formas. Morreu aos 31 anos de idade, do lado de Irene.
Eles podem não ter as artimanhas do cérebro humano para racionalizar um diálogo e aprender uma língua complexa, mas podem, por associação, entender os contextos de cada frase. Ou, como no caso do cavalo Hans, perceber no íntimo da linguagem corporal do dono como agradá-lo e responder da forma como espera. E não é nada surpreendente.
Eles são bichos sociáveis e se comunicam com outras aves por meio dos sons. Um ruído um pouco mais agudo pode significar perigo à vista, uma conversa à toa, ou um pedido de comida de um filhote. Cada cria, aliás, recebe um nome logo após o nascimento.
Um estudo da Universidade de Cornell colocou câmeras em 16 ninhos de papagaios. As imagens mostram os pais "falando" o nome dos filhos antes mesmo que eles fossem capazes de cantar. Depois de algum tempo, os patriarcas ensinavam os filhos a reproduzirem os sons do próprio nome. Essa troca de nomes também não é sem propósito. Quando as turmas se misturam, fica mais fácil gritar o nome dos companheiros do que tentar encontrá-los no meio da papagaiada. Mas, se há a suspeita de que os papagaios sejam gênios linguísticos, o mesmo vale para os cães e gatos? É o que vamos ver agora.
Todo mundo sabe: um cachorro bem treinado senta quando escuta a ordem. Ou rola e dá a pata. Mas eles entendem que essas cinco letras que formam a palavra "senta" significam "flexione as pernas até apoiar as nádegas numa superfície horizontal"? E que "rolar" é o ato de fazer girar? Não, claro. Mas aquela mania de passar o tempo a observar o dono o deixa pronto para memorizar o som da palavra, a entonação, os movimentos corporais e o que aquilo tudo significa.
"Eles aprenderam as deixas mais fáceis para eles e não a palavra `senta', que os cães, com seu repertório limitado de sinais vocais, devem achar difícil de distinguir de outras expressões que soem de maneira parecida", conta John Bradshaw, no livro Cão Senso. É a mesma lógica do cavalo Hans: eles aprendem os pequenos sinais corporais do dono.
Para ganhar espaço no mundo dos homens, seu pet aprendeu a observar cada passo seu. Até os porquinhos-da-índia fazem isso: deixe a gaiola num lugar onde não dá para ver nada e você vai perceber a frustração dele - dificilmente o animal vai interagir com você. Ele precisa conhecer os donos para se acostumar com a companhia e viver as mesmas rotinas. Mas para isso o bicho precisa de tempo para observar.
E eles nos entendem profundamente: sabem quem somos, o que fazemos, coisas que nos agradam ou não (mesmo quando desobedecem). Só quem parece ainda não conhecer tão bem os companheiros são alguns humanos. Os pets já superaram essa fase.
OLFATO
O nariz apurado de um cão pode salvar vidas: treinados, eles detectam se uma pessoa tem ou não câncer de pulmão só pelo odor do hálito. Mesmo que a doença esteja só no começo. Não há máquina capaz de algo parecido.
HOMEM - 5 milhões de células olfativas
CACHORRO - 300 milhões de células olfativas
O MELHOR OLFATO: URSO - 4 Bilhões de células olfativas
AUDIÇÃO
Nenhum animal doméstico é páreo para o gato no quesito audição. Ele consegue ouvir os sons das vibrações corporais dos cupins. E você chegando no térreo, mesmo que esteja num apartamento no décimo andar.
HOMEM - 20 MIL HERTZ
GATO - 60 MIL HERTZ
A MELHOR AUDIÇÃO: BALEIA-BRANCA (OU BELUGA) - 123 MIL HERTZ
VISÃO
Temos três receptores de cor nos olhos: um para cada cor primária (vermelho, azul e verde). Os papagaios têm quatro: os nossos mais um para o ultravioleta. O mundo deles, então, é bem mais colorido que o seu.
HOMEM - 3 receptores de cor
PAPAGAIO - 4 receptores de cor
A MELHOR VISÃO: CAMARÃO MANTIS - 12 receptores de cor
PALADAR
Cachorros e gatos praticamente não sentem o gosto da comida. Se você quiser um bicho de estimação com paladar apurado, compre um porquinho-da-índia, que tem duas vezes mais papilas gustativas que os humanos. Ou arranje um bagre, o campeão mundial de paladar, com três vezes mais papilas que você.
HOMEM - 9 MIL papilas gustativas
PORQUINHO-DA-ÍNDIA - 17 MIL papilas gustativas
O MELHOR PALADAR: BAGRE - 27 MIL papilas gustativas
Fonte: SuperInteressante (adaptado)
Uma associação de Trás-os-Montes anunciou hoje que vai desenvolver um conjunto de aplicações para 'smartphones' e 'tablets' para que, junto das crianças, seja desmistificada a ideia do "lobo mau" e seja fomentada uma maior consciencialização ambiental.
Filipe Marrão, técnico da Corane - Associação de Desenvolvimento da Terra Fria Transmontana, que engloba os concelhos de Bragança, Miranda do Douro, Vinhais e Vimioso, estas aplicações vão permitir descobrir as zonas de lobos, histórias e lendas associadas a este animal que "ainda assusta as populações rurais com os seus ataques".
Outro dos propósitos da Corane é implementar, como já acontece em Espanha, a introdução de roteiros ambientais, que permitam sinalizar estruturas e trilhos associadas ao lobo e todo o património etnográfico associado as alcateias.
"Os turistas poderão descarregar do sítio da Internet do projecto transnacional 'Lobo: Vida Selvagem e Agricultores' toda informação e partir à descoberta de alcateias em todas as zonas dos concelhos de Terras Fria Transmontana", explicou.
O projecto foi hoje apresentado em Santalhão, no concelho de Vimioso, numa iniciativa que juntou técnicos e pastores de Portugal, Espanha, Estónia, Roménia, Suécia e Polónia.
Com estas aplicações para 'smartphones' e 'tablets', além de conhecerem o quotidiano e os trilhos do lobo e seus habitats, os utilizadores poderão conhecer pontos de interesse turístico dos quatros concelhos de região nordestina, que integram a Associação de Desenvolvimento da Terra Fria Transmontana.
"A ideia é que o lobo seja um chamariz turístico para a região do Nordeste Transmontano", acrescentou Filipe Marrão.
Outras ideias apresentada pelos parceiros no projecto passa pela criação de uma federação ou associação transnacional, com a missão de dar continuidade aos trabalhos desenvolvidos no sentido de proporcionar "uma coexistência pacífica entre o lobo e agro pastorícia".
"Há vontade de todos os parceiros em avançar com a iniciativa ", frisou o técnico da Corane.
O projecto transnacional "Lobo: Vida Selvagem" está em curso há dois anos e a Corane é um dos parceiros.
Bronx é um cão de conforto: não consegue detectar drogas, não persegue ladrões, não é cão de guarda, nem sequer ladra para avisar de intrusos. O que ele faz é trazer conforto a vítimas, neste caso em particular, a uma criança de 5 anos abusada sexualmente por um familiar, que se recusava a falar sobre o caso com humanos.
A notícia chega-nos dos Estados Unidos da América, onde um familiar foi apanhado a tentar abusar sexualmente de uma menina de 5 anos, pelos irmãos desta. Apanhado em flagrante, o perpetrador iria enfrentar uma acusação de assalto sexual menor. Era necessário que a criança falasse para que se pudesse avançar com a acusação de sodomia, que agrava a pena para 25 anos de prisão.
Foram feitas várias tentativas para fazer com que a menina contasse o que tinha acontecido. Tentaram que a criança falasse com várias mulheres: uma detective, várias assistentes de advogados, uma advogada também ela vítima e até a mulher mais jovem que apesar ser maior, aparentava 14 anos, segundo Daniel Donovan, do Ministério Público. A menina recusou-se a falar até que trouxeram Bronx, um cão de conforto com 3 anos, que já ajudou mais de 150 vítimas de crimes.
Após a inicial euforia em que cão e criança se conheceram, Bronx fez aquilo em que é perito: deitou-se no chão e lançou um ar triste. “Ele parece muito triste”, referiu a menina, contou Donovan. Ao que lhe responderam “Ele está triste por causa do que te aconteceu, porque é que não lhe contas o que se passou?”. A menina desabafou então pela primeira vez, contando a história ao cão, na presença de 5 adultos, o que levou directamente à condenação do perpetrador no início deste mês.
Fonte: Arca de Noé
Apesar de já ter ocorrido há sete anos, ainda hoje se recolhem dados sobre o Katrina, o mais devastador furacão de 2005. Segundo a Scientific American, este furacão terá sido directamente responsável por um baby boom – nascimento de um grande número de bebés – de golfinhos.
Nos anos seguintes à passagem do furacão pela Costa do Golfo, explica a publicação, os golfinhos bebé multiplicaram-se. “Houve um aumento massivo no número de crias de golfinhos observadas. Por outras palavras: os golfinhos roazes a viver no Mississippi aumentaram os níveis de reprodução nos dois anos seguintes à tempestade. Ou fizeram mais bebés ou mais bebés sobreviveram. Ou ambos”, explica a publicação.
Os cientistas identificaram duas causas possíveis para o fenómeno: em primeiro lugar, as mães golfinhos terão perdido muitas das suas crias na tempestade e substituíram-nas imediatamente.
Outra das explicações tem como pano de fundo a destruição da frota pesqueira, que impediu a caça involuntária de golfinhos – deixaram de ser pescados pelas redes dos pescadores. Finalmente, mais peixe no mar significa, também, mais alimentos para os roazes.
Leia o artigo do Scientific American (em inglês) e veja alguns dos dados que corroboram estes argumentos (clique nas imagens para as aumentar).
Para a Associação Animal, o espetáculo com touros de morte de Barrancos "é verdadeiramente demoníaco, assustador, horrível."
A associação Animal defende o fim da exceção criada há 10 anos para legalizar o espetáculo "demoníaco" das touradas com touros de morte em Barrancos, que considera "vergonhosa" e o resultado de "uma enorme cobardia política".
"A Animal defende que esta vergonhosa exceção à lei, que é o resultado de uma enorme cobardia política e nunca devia ter sido concedida, deixe de estar em vigor", disse à agência Lusa a presidente da associação, Rita Silva.
Segundo a responsável, "o espetáculo (de touradas com touros de morte) de Barrancos é verdadeiramente demoníaco, assustador, horrível. É a perseguição de animais pelas ruas seguida da sua morte lenta para gáudio de pessoas".
Em declarações recentes à Lusa, o presidente da Câmara de Barrancos, António Tereno, tinha dito que a polémica sobre as touradas com touros de morte na vila pertence ao passado e "nada verga" a comunidade local no cumprimento da tradição.
"Em nome dos animais, a Animal também não verga e esta polémica não é coisa do passado", reage Rita Silva, referindo que a associação está "a trabalhar muitíssimo" para "proibir, de uma vez por todas, a exceção criada para Barrancos", mas também para "proibir a tauromaquia em Portugal".
Segundo Rita Silva, a Animal está a promover a recolha de assinaturas para uma petição que pede à Assembleia da República para aprovar e implementar uma nova Lei de Proteção dos Animais, porque a atual "é vergonhosa".
A petição, que deverá ser entregue no final do próximo mês de setembro, pede que a nova lei considere todos ou o maior número possível de pontos do projeto-lei de revogação e de instituição de uma nova Lei de Proteção dos Animais apresentado pela Animal e que inclui o pedido de proibição das touradas em Portugal.
"Sabemos que vamos ter de negociar muito na questão das touradas, que é o assunto mais polémico do projeto-lei, mas queremos acabar com a exceção (de Barrancos) a uma lei que é muito clara e diz que não há touradas de morte em Portugal e ponto final e não queremos que as touradas de morte se legalizem em mais locais e que haja mais exceções", sustenta Rita Silva.
Sempre com data certa nos últimos quatro dias de agosto, as festas de Barrancos, por incluírem touradas com a morte dos touros na arena, geraram contestação, sobretudo de associações de defesa dos animais, e atraíram muitos milhares de visitantes, no final da década de 1990 e até 2001.
Após várias décadas com Barrancos a 'saltar' a lei, a Assembleia da República aprovou, em 2002, um regime de exceção que legalizou a tradição local de touradas com a morte dos touros na arena, que até 2001 geraram contestação, sobretudo de associações de defesa dos animais, e atraíram muitos milhares de visitantes.
Fonte: Expresso Online
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