Um jovem casal, que está a dar os primeiros passos numa vida em comum, depara-se com um pequeno vulto no meio da estrada. Param o carro e vão ver do que se trata.
Era uma gatinha, ainda jovem, mas em muito mau estado. A tiritar, desnutrida,remelosa, suja e parasitada. É quase certo que tinha sido abandonada naquele local ermo.
O animal, vendo que ali poderia estar uma hipótese de sobrevivência, enroscou-se nas pernas da jovem.
Ao contrário do que, se calhar, muita gente faria, os jovens colocaram a gata dentro de um saco e rumaram directamente a uma veterinária.
A bichana foi observada, limpa, alimentada. Saiu com um diagnóstico de "constipação" e uma prescrição de antibiótico. E estava cega de um olho.
Os jovens aviaram a receita, compraram uma pequena casota, alimentos,areia sanitária, toalhetes, soro fisiológico. Gastaram dinheiro que, nesta fase da sua vida, não abunda particularmente.Com um pobre e insignificante animal.
Durante dois dias, não pararam de velar pela recuperação da gata. Dia e noite , estiveram ao pé dela, na tentativa de a recuperarem para a vida.
A Lucky (já tinha nome e tudo) nem sequer era um animal bonito.
Mas os jovens diziam:
-Deixa lá! Os feios também têm direito à vida.
Mas, infelizmente, o animal não resistiu.
Os jovens, sentiram o golpe, de uma forma particularmente intensa.
Ficaram pesarosos por não terem levado a" sua missão" a bom termo.
Esta história verídica mostra que, por muito que se diga em contrário, ainda há, felizmente, muitos jovens com sensibilidade, espírito solidário. Porque quem trata bem os animais, demonstra, desde logo, que possui valores humanos a que, infelizmente, muita gente é alheia.
São histórias como esta que me fazem acreditar que o futuro, afinal, pode não ser tão escuro como às vezes suponho.
Que, no fundo, vale a pena acreditar nas novas gerações e que nem tudo está perdido.