A realização de uma tourada à corda durante as festas de São Pedro na Ribeira Grande (pelas 14 horas do dia 27 na Ribeira Seca) está a gerar acesa polémica com os ambientalistas e amigos dos animais a contestarem a iniciativa incluída no programa das festividades da câmara da Ribeira Grande. A Câmara da Ribeira Grande ‘lava as mãos’ da tourada referindo que a iniciativa é da responsabilidade da comissão de festas da Ribeira Seca. Explica que, anualmente, esta comissão de festas inclui as suas iniciativas no programa de festas da Câmara. Elementos da comissão de festas da Ribeira Seca, contactados ontem pelo ‘Correio dos Açores’, disseram que a tourada à corda “surge por ser uma novidade”, pedindo, contudo, que enviássemos as perguntas por escrito para que a comissão pudesse assumir uma posição conjunta e torná-la pública hoje. A tourada à corda chega, na actualidade, a São Miguel pelas mãos da Associação Agrícola de São Miguel, de que é presidente Jorge Rita e secretário da Agricultura e Florestas, Noé Rodrigues. Ambos surgiram lado a lado durante a recente tourada, promovida no âmbito do último concurso pecuário num espaço onde se encontravam alguns milhares de pessoas, a maioria esmagadora das quais jovens e famílias de Rabo de Peixe. Significativo que a Câmara da Ribeira Grande promova agora uma segunda tourada este ano em São Miguel precisamente na Ribeira Seca, a poucos quilómetros de Rabo de Peixe. Não é por acaso que se escolhe esta zona para lançar as touradas à corda. O objectivo é, certamente, chamar ao espaço centenas de jovens aficionados das duas freguesias.
‘Amigos...’: “Indignação”
Estas touradas à corda, de cariz cultural terceirense, “não tem”, de harmonia com os ambientalistas, “qualquer raiz cultural e identitária micaelense” e a sua introdução “compulsiva” na ilha é contestada por vários quadrantes sociais. A associação ecológica ‘Amigos dos Açores’ manifestou ontem “indignação” sustentada pela “introdução de espectáculos relacionados com o sofrimento animal onde estes não são tradição” e “lamenta” que a tourada surja a par de uma manifestação cultural própria do concelho que “se assume pelo respeito pelos animais”, como são as Cavalhadas de São Pedro. Numa época em que a Comunidade Europeia tende a reduzir os espectáculos taurinos aos locais onde estes são tradições e em que Portugal “vai dando algumas respostas positivas nesse sentido, nos Açores procura-se incessantemente maximizar e generalizar estes espectáculos ao arrepio de um progresso civilizacional reconhecedor do bem-estar animal”, lê-se no comunicado dos ‘Amigos dos Açores’. Para a associação ecológica, a introdução de touradas à corda em ilhas onde não têm qualquer ligação histórica ou cultural “não é mais que a procura da constituição de precedentes para a generalização da tauromaquia, na totalidade dos seus diversos espectáculos, a toda a região, em resposta aos interesses económicos do sector, tal como ficou expresso na recente iniciativa da Assembleia Legislativa dos Açores, que projectava a introdução das corridas picadas em todo o arquipélago”.
Carta a Ricardo…
Embora a iniciativa da tourada seja da comissão de festas da Ribeira Seca, o ambientalista Teófilo Braga dirige, no blogue “Terra Livre” do Colectivo Açoriano de Ecologistas, uma carta aberta ao presidente da câmara da Ribeira Grande, Ricardo Silva, onde evidencia a sua incredulidade pelo patrocínio que dá à tourada. Diz ter sido com “esperança” que presenciou a chegada de Ricardo Silva à presidência da autarquia por ser “pessoa de cultura, sensível ao património cultural e natural da sua terra e conhecedor das tradições do povo concelhio”. “A promoção de uma tourada à corda, de que não sou adepto mas respeitador como tradição terceirense que precisa de evoluir no sentido de minimizar o sofrimento animal e os riscos para os homens, é um sinal de que estava, de algum modo, iludido” com o actual elenco camarário, afirma Teófilo Braga.
“Manchar Cavalhadas…”
Em seu entender, a tourada associada às Cavalhadas “só vem manchar esta manifestação cultural única, que não precisa de qualquer outro chamariz”. Acrescenta que a tourada “não contribui para a educação cívica dos cidadãos e é única e exclusivamente um apoio da Câmara Municipal da Ribeira Grande a uma indústria económica não concelhia”. Nesta perspectiva, Teófilo Braga manifesta “repúdio por esta iniciativa” de que o presidente da Câmara “é o responsável máximo”. Acaba por comunicar que “terá em conta este facto nas próximas eleições autárquicas”. Muitas têm sido, na blogosfera, as críticas ao aparecimento de uma tourada nos festejos de São Pedro, algumas cheias de oportunidade. “Parece que, de repente, todos os açorianos têm que ser terceirenses, que o que é tradição de uma ilha é metido num barco qualquer e ala de fazer ninho no tecido tradicional de outras ilhas”. “É como se os biscoitos de orelha da minha Ilha (Graciosa) e os Molhos passassem a ser confeccionados e vendidos como especialidade das Furnas juntamente com o cozido. Anda tudo a ser desvirtuado”. A Ribeira Grande “não precisa de acrescentar às Cavalhadas as touradas para chamar turistas, precisa isso sim de valorizar cada vez mais as Cavalhadas, de incuti-las na juventude. É que qualquer dia, as Cavalhadas deixam de existir em favor das touradas à corda que se calhar são bem mais divertidas.
A associação Animal anunciou ter apresentado uma queixa à Autoridade para as Condições de Trabalho para contestar a participação de um toureiro de 11 anos numa tourada que se realiza esta quinta-feira no Campo Pequeno.
O espectáculo, anunciado sob a forma de "Novilhada de promoção de Novos Valores", integra uma "Bezerrada" na qual participará o toureiro franco-mexicano Michelito Lagravaré, de 11 anos.
Em carta enviada à ACT, a associação questiona a legitimidade da utilização da criança no espectáculo alegando que o Código do Trabalho "estabelece que o menor só pode participar em espectáculos circenses desde que tenha pelo menos 12 anos de idade e a sua actividade decorra sob a vigilância de um dos progenitores, representante legal ou irmão menor". Assim, "é razoável que a participação de menores em espectáculos tauromáquicos não poderá decorrer em condições menos exigentes", argumenta, invocando ainda a Convenção sobre os Direitos das Crianças. O espectáculo "pode prejudicar a saúde do menor ou o seu desenvolvimento físico, mental, espiritual, moral ou social", afirma.
Citado pela Agência Lusa, o representante de Michelito Lagravaré, Inácio Ramos, nega qualquer ilegalidade na utilização do toureiro de 11 anos. Existe "um sem número de casos conhecidos de outras crianças que começaram cedo a despontar no mundo da tourada", disse. "O filho do toureiro João Moura estreou-se com apenas 11 anos, e o ilustre Francisco Mascarenhas começou com 10 anos", refere, esclarecendo que a ACT apenas exige um papel assinado por um dos pais.
Daniel, de 4 anos, resolveu dar banho ao seu pequeno cão. A sanita foi o local escolhido, mas o resultado final não foi o esperado. Ao puxar o autoclismo, Dyno desapareceu para desespero de todos.
Alyson, a mãe do menino, não queria acreditar no sucedido, muito menos quando se apercebeu que o seu cão estava vivo.
"Imaginei que ele estivesse morto. Mas fui até o jardim e levantei a tampa da sarjeta e ouvi o choro de Dyno", disse Alyson, de 40 anos.
Perante tal cenário, primeiro chamou os bombeiros, mas só os canalizadores é que conseguiram recuperar o cão são e salvo.
"Nunca imaginei que um cão pudesse sobreviver nessas condições", admitiu a mãe de Daniel.
Entretanto, o menino já prometeu que não volta a repetir a experiência.
Que horror! Ver uma coisa destas, parte-me o coração! Coitadinho do cãozinho! Tão pequenino e lindo, a sofrer daquela maneira!