Segunda-feira, 10 de Março de 2014

Silves: Cães ajudam crianças a aprender a ler melhor

Silves: Cães ajudam crianças a aprender a ler melhor

 

Em Silves, uma iniciativa diferente está a ajudar um grupo de alunos a superar as dificuldades de leitura com cães. A mesma visa a melhoria nas competências a nível de leitura e de relações entre pares através da presença destes atentos ouvintes, facilitadores do processo terapêutico: os cães.
 
Pelo nome L.E.R. Cãofiante, este projeto piloto resulta de uma parceria entre a Câmara Municipal de Silves (através da Biblioteca Municipal) e o Agrupamento de Escolas daquele concelho, tendo sido inspirado no programa R.E.A.D. O mesmo é já dinamizado em inúmeras escolas dos EUA, Canadá e Europa, apresentando boas taxas de sucesso.
 
Para já, em Sines, a ação conta com a participação de dois companheiros caninos: Benny, um Labrador Retriever, e Pipa, uma Schnauzer. Desde Janeiro, ambos deslocam-se mensalmente até à Escola EB n.º 1 de Silves, onde atuam como estímulo multissensorial, fomentando a atenção, a concentração e a cooperação das crianças nas tarefas propostas.

Dessa forma, os cães contribuem para elevar as expetativas dos meninos relativamente às suas capacidade a nível de aprendizagem e autoestima. 
 
No final de 2012, no mesmo âmbito, a Biblioteca Municipal de Silves lançou um outro projeto de incentivo à leitura, denominado 'Pipas de Livros'. O mesmo consiste numa iniciativa totalmente inovadora a nível nacional, tendo como objetivo a melhoria da capacidade de leitura das crianças e o incentivo pelo gosto pela leitura através da utilização de um cão ouvinte. 
 
A respetiva técnica foi, igualmente, apresentada como um caso de sucesso pela Biblioteca de Sello aquando da realização do Congresso da IFLA em 2012, na Finlândia, numa apresentação integrada na sessão 'Surprising Library' ('Biblioteca Surpreendente').
Fonte: Boas Notícias
música: Paparazzi - Lady Gaga
publicado por mímica às 14:24

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Domingo, 22 de Dezembro de 2013

Cientistas indicam que os animais são tão inteligentes quanto os humanos

Cientistas indicam que os animais são tão inteligentes quanto os humanos

 

Há muito que a espécie humana acredita ser a mais inteligente de todas as espécies animais. Porém, um crescente conjunto de evidências científicas sugere que, enquanto espécie, estamos apenas a ser arrogantes.

Um crescente número de biólogos, que se dedicam ao estudo da evolução das espécies, argumenta que em vários casos os animais têm cérebros superiores aos do ser humano e que muitas das suas habilidades não são bem interpretadas pelos humanos.

Por exemplo, a capacidade do gibão em produzir sons variados, com diferentes significados, ou o sofisticado método do coala para marcar o seu território ou as habilidades dos animais domésticos para persuadir os humanos são referidos como provas desta inteligência.

“Durante séculos, todas as autoridades, desde as religiosas às académicas, repetiram a mesma ideia de que os humanos são excepcionais, em virtude de serem os animais mais inteligentes”, afirma Arthur Saniotis, investigador visitante da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Adelaide. “No entanto, a ciência diz-nos que os animais podem ter faculdades cognitivas que são superiores às dos seres humanos”, acrescenta.

A crença de que os humanos possuem inteligência superior remonta à Revolução Agrícola, há cerca de dez mil anos, quando as pessoas começaram a produzir alimentos e a domesticar os animais. De acordo com os investigadores, esta crença ganhou nova força com o desenvolvimento das organizações religiosas, que viam os seres humanos no topo das espécies segundo a criação divina.

“A crença da superioridade cognitiva humana intrincou-se nas ciências e filosofia humana. Mesmo Aristóteles – provavelmente o mais influente de todos os pensadores – argumentou que os seres humanos eram superiores aos outros animais, devido à sua capacidade exclusiva para raciocinar”, explica Saniotis.

Maciej Henneberg, professor de anatomia antropológica e comparativa, também da Universidade de Adelaide, acredita que, frequentemente, os animais possuem diferentes faculdades que não mal interpretadas pelos humanos. “O facto de que eles podem não nos entender, e de nós não os entendermos, não significa que as nossas ‘inteligências’ estejam em níveis diferentes, são apenas de tipos diferentes”, diz.

Segundo os biólogos, os animais possuem diferentes tipos de inteligência, como a social e a cinestética, que têm sido subestimadas devido à fixação dos seres humanos sobre a linguagem e tecnologia. Os gibões podem produzir até 20 sonoridades com significados diferentes. “O facto de não construírem casas é irrelevante para os gibões”, afirma Henneberg. “Muitos quadrúpedes deixam complexas marcas olfactivas no ambiente e alguns, como os coalas, têm glândulas peitorais para marcarem o território. Os humanos, com o seu limitado poder olfactivo, não conseguem avaliar a complexidade das mensagens contidas nas marcas olfactivas, que podem ser tão ricas em informações como o mundo visual”, indica.

Uma experiência realizada na Universidade de Cambridge provou que os membros da família dos corvos, conhecidos como corvídeos, não estão apenas entre as aves mais inteligentes, como são mais inteligentes que a maioria dos mamíferos e podem realizar tarefas que crianças de três e quatro anos têm dificuldade em executar.

Um outro estudo provou que as gralhas conseguem utilizar pedras para aumentar o nível das águas de um recipiente para conseguirem capturar vermes e insectos. Os corvos que habitam nas áreas urbanas aprenderam a utilizar o tráfego rodoviário para partir nozes. Estas aves aguardam nos cruzamentos, vigiando os semáforos, de forma a quando o trânsito pára recolherem as suas nozes, que anteriormente deixaram cair e foram esmagadas pelos carros.

Henneberg também acredita que os animais domésticos constituem um exemplo próximo das habilidades mentais dos mamíferos e das aves. “Eles conseguem comunicar-nos as suas exigências e levar-nos a fazer coisas que querem. O mundo animal é muito mais complexo do que achamos”, considera.

 

Fonte: Green Savers

música: Baby, it's cold outside - Glee
publicado por mímica às 02:05

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Sábado, 7 de Setembro de 2013

Como os animais realmente enxergam o mundo

Cães são tão conscientes quanto você, gatos funcionam como radares e papagaios veem cores invisíveis. Conheça uma nova realidade: o mundo sob a ótica dos pets.

por Carol Castro e Alexandre Versignassi


Três andares acima do térreo, a alguns lances de escada de distância, muito antes de você apalpar os bolsos em busca da chave, seu cachorro o aguarda ansioso atrás da porta. Ele sabe que você, e não o seu Zé, que recolhe o lixo do prédio todos os dias, está prestes a subir até o terceiro andar. Basta colocar o primeiro pé dentro de casa para receber a saudação calorosa do bichinho. E não importa com quem você esteja. Se chegar acompanhado com velhos ou novos amigos, ou mesmo com seu irmão gêmeo, que mora no exterior há alguns anos, ele não vai pular nas pernas erradas. Ele sabe quem é você.


Mas não sabe quem ele é. Coloque um ser humano em frente ao espelho e este animal bípede começa instintivamente a mexer no cabelo (achando que um tapinha na franja realmente vai deixá-lo mais bonito). Um cão, porém, consegue ser ainda mais bestial: a reação dele ao espelho é a mais completa indiferença. Nem uma olhadinha. Ele não reconhece a própria imagem. E se não reconhece a própria imagem, não tem aquilo que chamamos de consciência, certo? Até pouco tempo atrás, era o que a ciência achava. Animais que reconhecem a própria imagem no espelho teriam consciência - e aí entram basicamente nós, nossos primos (os grandes macacos - chimpanzé, gorila, orangotango), cetáceos e elefantes. Os bichos que não se reconhecem não teriam noção de "eu". Não teriam consciência.


Mas a verdade provavelmente é outra. O problema não está nos animais que não se reconhecem no espelho. Está em quem testa a presença de consciência sob a ótica humana. O mundo de um cachorro ou de um gato não se cria majoritariamente com imagens, como o nosso. Eles veem com sons e, principalmente, cheiros. E o espelho exclui a melhor arma de reconhecimento do cachorro: o olfato. O biólogo Marc Bekoff, da Universidade do Colorado, testou o próprio bichinho para saber se ele era capaz, de alguma forma, de se reconhecer. Em vez de testar imagens, Bekoff pensou como um cão. Durante cinco invernos, toda vez que saía para passear com o companheiro, recolhia pedaços de neve onde o cão havia feito xixi. Depois, recolhia neve com urina de outros cachorros.


Então Bekoff espalhava os blocos de neve - alguns com xixi do cachorro dele, outros com o de outros cães -por lugares diferentes. E a reação do melhor amigo do pesquisador era sempre a mesma: quando encontrava a urina de outro cão, despejava um novo jato de xixi em cima para marcar o território como dele. Normal. Mas quando encontrava um bloco com a própria urina, não dava bola. Sabia que aquele xixi já era dele, então o território não precisaria de remarcação. Resultado: o cachorro sabe muito bem quem ele é. Mas diferentemente de você, que se reconhece pela fisionomia, ele faz isso pelo cheiro.


 Se o nosso mundo é rico em imagens, o dos animais domésticos, as estrelas desta reportagem, vem carregado de sons, cheiros e sensações. E qualquer coisa acompanha uma porção de informações: um poste é uma fonte rica de notícias, diz se outro animal passou por ali, quem era, e há quanto tempo isso aconteceu. Ainda é impossível aguçar nossos sentidos, entrar na pele deles e entender a riqueza de cada cheiro, som, imagem ou sabor. Mas dá para entender como eles veem o mundo e descobrir por que seus pets insistem em fazer coisas que você odeia - ou adora.



 Olfato além do alcance


Rememore a primeira informação desta matéria: gatos e cães constroem o mundo com cheiros, sons e um pouco de imagens. Para os cães, o olfato é fundamental. Existem entre 120 e 300 milhões de células olfativas dentro do nariz. Nós temos apenas 6 milhões. O que isso significa? Que eles podem até detectar câncer em humanos só farejando nosso hálito.


É o que pesquisadores do hospital Schillerhoehe, na cidade de Gellingen, Alemanha, descobriram em 2011. O oncologista Thorsten Walles e seus colegas deram amostras de tumores para que os cães farejassem. Era uma forma de treino, como fazem com cães farejadores de drogas - dão um osso de borracha com cocaína dentro para que o cão aprenda a reconhecer o cheiro do entorpecente; aí ele consegue reconhecer cocaína camuflada até dentro de sacos de café no fundo de uma mala. 



Os alemães fizeram mais ou menos isso, só que com amostras de células cancerosas. Depois, pacientes com câncer de pulmão em estágio inicial sopraram dentro de tubos de ensaio (que eram tapados em seguida). Os cientistas treinaram os cachorros para sentar cada vez que sentissem "cheiro de câncer" em algum desses tubos de ensaio. E os cachorros acertaram 71% dos casos.

 

A ideia dos pesquisadores agora é construir uma espécie de "nariz eletrônico" que seja capaz de reconhecer os mesmos elementos químicos característicos de câncer que os cães farejam. Seria uma máquina capaz de detectar a doença logo nos estágios iniciais - uma revolução no mundo dos diagnósticos, que certamente salvaria vidas. Mas, por enquanto, há um problema: determinar quais são esses elementos químicos que denunciam a presença de um tumor. Como disseram os pesquisadores: "Infelizmente, os cães não têm como nos dizer qual é a bioquímica do cheiro do câncer". Seja como for, o olfato deles continuará sendo uma ferramenta fundamental nessa busca.

Não é apenas a quantidade de células olfativas que deixa o nariz dos cães tão poderoso. As partes internas do nariz e suas divisões têm um papel importante. Para saber como funciona mesmo o nariz deles, uma equipe da Universidade do Estado da Pensilvânia convocou sete cães, colocou máscara neles e despejou alguns odores. Os pesquisadores conectaram o nariz de uma das cadelas participantes a um equipamento de ressonância magnética. Aí revelaram o caminho do ar dentro das narinas caninas. Descobriram áreas específicas de respiração e expiração. No nosso caso, por exemplo, não temos uma área onde guardamos o ar inalado e outra onde fica o ar exalado. Por conta disso, quando respiramos, paramos de "farejar" e soltamos todo o gás, carregado de odores, de volta para o mundo. Nos cães isso é diferente, enquanto respiram o processo olfativo continua ligado. E nenhum odor passa batido pelo cão. Por isso mesmo, tanto eles como os gatos (outros campeões na detecção de odores, com 200 milhões de células olfativas) usam o nariz para se reconhecer e trocar informações.


E para "coversar" com você. Fungando suas meias e sapatos, eles descobrem por onde você andou, se encontrou com outras pessoas, o que comeu, se fez sexo, fumou ou correu. Entende agora como seu calçado é tentador para eles? O sofá e a sua cama também. E onde mais houver o seu cheiro. Por isso mesmo, gatos e cachorros preferem ficar perto de lugares onde podem sentir o cheiro dos donos. Mesmo se for a sua poltrona nova. Isso funciona também com roedores - quando vão mudar de gaiola, recomenda-se colocar algum pano com o cheiro da gaiola antiga - e do dono.


O papagaio não se importa tanto assim com o seu cheiro. Com faro pouco desenvolvido, ele reconhece você pela aparência ou voz. O paladar de um papagaio, aliás, também é péssimo. Enquanto nós temos 9 mil papilas gustativas, nos papagaios esse número varia de 300 a 400. E ele não fica sozinho nessa pobreza gastronômica. Na língua dos gatos só aparecem 473 papilas. Os cachorros têm um pouco mais: 1,7 mil. Assim como os papagaios, esses dois mamíferos conseguem distinguir as quatro principais características da comida. Mas seu gato dispensa os doces, e o cachorro detesta comidas amargas (passe um caldo de jiló na ponta do móvel que ele adora morder para ver se essa mania não acaba). Com um paladar tão fraco, os dois não se importam em degustar com calma um prato de ração premium. Eles devoram os pratos - para que perder tempo se não tem um milhão de sensações para descrever, como fazem os humanos? Aliás, é por causa desse ponto franco que os dois animais engolem qualquer comida que cair no chão. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 No fim da história, quem sabe mesmo apreciar um jantar são os roedores. Os porquinhos-da-índia e os coelhos têm 17 mil papilas gustativas espalhadas pela língua. Quase duas vezes mais do que nós. Então eles exigem um cardápio selecionado. Alguns desses bichinhos gourmet, para você ter uma ideia, até rejeitam verduras e folhas com agrotóxicos.

Mas a falta de sensibilidade dos cães e gatos fica só no paladar mesmo. Nas coisas que realmente importam para a nossa convivência com eles, os animais domésticos são gênios da percepção. Até os cavalos são mestres nesse quesito. 

 

 

 Os sons do silêncio



A história de Hans, um cavalo alemão, mostra bem a capacidade de observação e associação dos animais que criamos. No começo do século 20, ele se tornou celebridade por acertar equações matemáticas. O dono escrevia na lousa uma conta como 1/2 + 1/3 e pedia a resposta ao animal. Ele batia a pata cinco vezes no chão, esperava uns segundos e batia mais seis vezes. Ou seja: 5/6. O dono dizia ter treinado o animal por dez anos.

Pura malandragem do treinador. Por trás do "raciocínio lógico" do equino, o que havia era uma capacidade ímpar de observação. Ele conseguia perceber sinais sutis no rosto do dono, que o público não tinha como observar. E, assim, descobria quando deveria bater ou não as patas no chão. Ou seja: um cavalo pode ser um ótimo parceiro de truco.


     


Cães e gatos também. Eles reparam, associam e memorizam tudo. Cada gesto, cada barulho. Tudo serve de pista sobre o próximo passo do dono. Aquele tilintar de chaves sempre vem antes da despedida. O cheiro do perfume também precede a sua saída. Eles guardam e aprendem com esses sinais. Sabem quando você está prestes a ir embora - e demostram toda a tristeza que sentem nesses momentos...

É quase impossível escapar do radar dos cães e dos gatos. Os felinos escutam ainda melhor que os cães. E absurdamente mais do que você. Um som que passe dos 20 mil hertz (o extremo do agudo) fica inaudível para nós. Já os gatos ouvem até 60 mil hertz. Os cachorros chegam aos 45 mil hertz. Isso porque os dois evoluíram caçando roedores, então conseguem captar os sinais hiper agudos que os ratinhos emitem para se comunicar. Nem o som das vibrações corporais dos cupins passa batido pelos gatos. Até o som de lâmpadas fluorescentes (sim, elas fazem barulho) eles conseguem captar. Segundo a especialista em comportamento animal Temple Grandin, da Universidade do Colorado, se você estiver conversando no térreo, seu gato vai ouvir e reconhecer sua voz lá do décimo andar. Insano.

Eles ouvem sons naquilo que para nós é silêncio. Mas isso não impressiona tanto quanto uma habilidade de outro animal doméstico: o papagaio, que enxerga o que para nós é invisível.


Papagaios psicodélicos




Os papagaios veem o mundo com visão ultravioleta. Na prática, enxergam cores invisíveis. "Quando eles olham para os pelos de outro papagaio, conseguem saber se é macho ou fêmea", diz Susan Friedman, especialista em comportamento animal da Universidade do Estado de Utah. Já nós, humanos, não conseguimos diferenciar papagaios de papagaias - só mesmo com intervenção cirúrgica para checar os órgãos genitais (um processo bem invasivo), ou com teste de DNA.

A visão ultravioleta também permite saber o grau de maturação de algumas frutas, como uvas, caquis e figos. Mas a graça dela vai bem além dessa parte mais pragmática. O mais bacana aqui é que os papagaios veem um mundo que para nós seria psicodélico. Temos três receptores de cor nos olhos (para verde, azul e vermelho). Então essas três são as nossas cores primárias - e a combinação entre elas cria as cores do nosso mundo. Os papagaios (e outras espécies de aves, peixes e répteis) têm quatro receptores: os nossos mais um dedicado ao ultravioleta. A combinação desses quatro cria um mundo estupidamente mais colorido que o nosso - um mundo tão difícil de imaginar quanto uma realidade com quatro dimensões, em vez das três que a gente conhece. O fato é que, se papagaios produzissem caixas de lápis de cor, elas teriam milhares de lápis. E olha que isso não é nada perto do que outros animais enxergam. O campeão mundial de visão, por exemplo, tem 12 receptores de cor. Doze cores primárias... Uau. E esse nosso amigo pra lá de lisérgico nem é um animal dos mais relevantes: trata-se do mantis, uma espécie de camarão.



Bom, pelo menos no mundo dos mamíferos nós levamos vantagem sobre os animais domésticos. O gato e o cachorro possuem só dois receptores de cor (azul e verde). Então o mundo deles é um pouco menos colorido que o seu. E diferente: o vermelho vira verde, o verde ganha um tom mais amarelado, e o violeta fica azulado. Até o preto parece mais desbotado. O porquinho-da-índia, diferente de outros roedores, que só enxergam em preto e branco, também tem visão bicromática (vermelho e verde). É como se eles, os cães e os gatos fossem daltônicos.

E essa não é a única diferença. As imagens da televisão, por exemplo, não fazem sentido para eles. Nosso olho, assim como o de outros animais, não apaga uma imagem no centésimo de segundo seguinte à captação. Ele ainda a mantém "viva" por uma fração de segundo. Se antes desse tempo surgir outra imagem, você terá a impressão de que as figuras estão em movimento. É o que acontece no cinema e na televisão: as cenas rodam numa velocidade de, no mínimo, 24 imagens por segundo. Se um filme mostrasse só cinco quadros por segundo, seria uma sequência quase pausada de figuras, como um filme em stop motion. É assim que os cães e gatos veem. Eles enxergam mais em menos tempo: um cachorro consegue ver de 70 a 80 imagens por segundo, um gato vê 100 imagens; até o porquinho-da-índia ganha de nós, com 33 imagens por segundo.

 

 Essa percepção-extra faz com que eles vejam a programação de TV como se ela fosse em stop motion, com "cortes" entre cada cena. Além disso, a tela fica tremida e dá para ver a passagem dos quadros, que surgem de baixo para cima. Chaaaato.

As TVs digitais resolveram parte desse problema. Elas rodam numa velocidade mais alta, aí os cachorros conseguem ter uma visão mais parecida com a nossa, sem tremedeira na tela. Ainda assim, isso não basta para prender a atenção deles.

Mas para os cachorros, pelo menos, cientistas criaram uma solução: um canal de TV totalmente voltado a eles. Nicholas Dodman, veterinário e pesquisador da Universidade Tufts, lançou a novidade nos EUA no começo deste ano. O canal, chamado de DOGTV, mostra cenas de cachorros correndo pelo gramado, brincando entre si, pulando na piscina. Cada detalhe dos programas tem a ver com os interesses caninos. As cores foram adaptadas ao mundo "daltônico" deles e os sons também: o barulho da grama enquanto o cachorro passa por ela, o da bola que pinga no chão... O enquadramento também é diferente, as cenas foram filmadas do ângulo de um cachorro. Por exemplo, enquanto o bicho passa pela mata, o cachorro-telespectador vê a grama alta, como se ele mesmo passasse por ela. Dodman testou a eficiência do canal. Ele preparou três cenários para cachorros: canais humanos, como CNN ou Animal Planet, o DOGTV e uma TV desligada. Com monitoramento via câmera, o pesquisador concluiu que 75% deles assistiram pelo menos um bloco a mais do DOGTV do que das outras alternativas. Outra diferença é que cães e gatos enxergam melhor na penumbra. Em volta do glóbulo ocular deles existe uma membrana chamada tapetum lucidum, que funciona como um espelho e reflete toda a luz disponível de volta para a retina. Graças a isso, eles conseguem enxergar até 40% melhor do que os humanos no escuro.

É, perdemos feio nessas partes. Em compensação, temos um ponto a nosso favor: fóveas, que são uma porção de fotorreceptores na área central das retinas. Elas nos permitem ver bem coisas a poucos ou muitos centímetros do nosso nariz. Se você colocar um brinquedo numa distância entre 25 e 40 centímetros do nariz de um cão, provavelmente ele terá dificuldades em vê-lo. Ponto para nós. Mas, grande coisa, ainda ficamos atrás dos pássaros: os papagaios têm quase o dobro de fóveas. Sem contar o fato de os olhos estarem posicionados nas laterais do rosto. Isso permite a ele ver o que acontece ao redor numa panorâmica de quase 360 graus. Se soubessem driblar, seriam ótimos jogadores de futebol - até porque xingar o juiz, os papagaios já sabem muito bem.


O papagaio sabe o que diz?




Ele não grita biscoito à toa. Você ensina o que é biscoito, ele aprende e grita o dia inteiro na tentativa de ganhar mais comida. Muitos deles dizem oi quando você chega e tchau quando vai embora. Eles podem não saber semanticamente o que "oi" significa. Mas vem cá: você sabe, por acaso? Não, porque esse significado nem existe. "Oi" é apenas um som que os falantes de português emitem para avisar que chegaram. E que nós aprendemos quando ainda somos projetos de gente. Por esse ponto de vista, um papagaio dando "oi" é algo tão complexo quanto um ser humano dando "oi".

E talvez eles sejam ainda mais parecidos com a gente. "Acho que entendem o contexto das frases. Dizer que é só imitação é subestimá-los", aposta Susan Friedman. Nada ainda foi comprovado cientificamente, mas 30 anos de pesquisas parecem endossar a opinião de Friedman. Os papagaios podem resolver algumas tarefas linguísticas semelhantes com a mesma habilidade de crianças entre quatro e seis anos. Pelo menos foi assim com Alex, um famoso papagaio treinado pela pesquisadora Irene Pepperberg ao longo de 30 anos. Ele compreendia os conceitos das palavras "mesmo", "diferente", "maior", "menor" e "nenhum", além de saber somar números. No total, conhecia 100 diferentes palavras e distinguia cores e formas. Morreu aos 31 anos de idade, do lado de Irene.


Eles podem não ter as artimanhas do cérebro humano para racionalizar um diálogo e aprender uma língua complexa, mas podem, por associação, entender os contextos de cada frase. Ou, como no caso do cavalo Hans, perceber no íntimo da linguagem corporal do dono como agradá-lo e responder da forma como espera. E não é nada surpreendente.

Eles são bichos sociáveis e se comunicam com outras aves por meio dos sons. Um ruído um pouco mais agudo pode significar perigo à vista, uma conversa à toa, ou um pedido de comida de um filhote. Cada cria, aliás, recebe um nome logo após o nascimento.

Um estudo da Universidade de Cornell colocou câmeras em 16 ninhos de papagaios. As imagens mostram os pais "falando" o nome dos filhos antes mesmo que eles fossem capazes de cantar. Depois de algum tempo, os patriarcas ensinavam os filhos a reproduzirem os sons do próprio nome. Essa troca de nomes também não é sem propósito. Quando as turmas se misturam, fica mais fácil gritar o nome dos companheiros do que tentar encontrá-los no meio da papagaiada. Mas, se há a suspeita de que os papagaios sejam gênios linguísticos, o mesmo vale para os cães e gatos? É o que vamos ver agora.



Todo mundo sabe: um cachorro bem treinado senta quando escuta a ordem. Ou rola e dá a pata. Mas eles entendem que essas cinco letras que formam a palavra "senta" significam "flexione as pernas até apoiar as nádegas numa superfície horizontal"? E que "rolar" é o ato de fazer girar? Não, claro. Mas aquela mania de passar o tempo a observar o dono o deixa pronto para memorizar o som da palavra, a entonação, os movimentos corporais e o que aquilo tudo significa. 


"Eles aprenderam as deixas mais fáceis para eles e não a palavra `senta', que os cães, com seu repertório limitado de sinais vocais, devem achar difícil de distinguir de outras expressões que soem de maneira parecida", conta John Bradshaw, no livro Cão Senso. É a mesma lógica do cavalo Hans: eles aprendem os pequenos sinais corporais do dono.

Para ganhar espaço no mundo dos homens, seu pet aprendeu a observar cada passo seu. Até os porquinhos-da-índia fazem isso: deixe a gaiola num lugar onde não dá para ver nada e você vai perceber a frustração dele - dificilmente o animal vai interagir com você. Ele precisa conhecer os donos para se acostumar com a companhia e viver as mesmas rotinas. Mas para isso o bicho precisa de tempo para observar.

E eles nos entendem profundamente: sabem quem somos, o que fazemos, coisas que nos agradam ou não (mesmo quando desobedecem). Só quem parece ainda não conhecer tão bem os companheiros são alguns humanos. Os pets já superaram essa fase.


OLFATO

 

O nariz apurado de um cão pode salvar vidas: treinados, eles detectam se uma pessoa tem ou não câncer de pulmão só pelo odor do hálito. Mesmo que a doença esteja só no começo. Não há máquina capaz de algo parecido.

HOMEM - 5 milhões de células olfativas

CACHORRO - 300 milhões de células olfativas

O MELHOR OLFATO: URSO - 4 Bilhões de células olfativas


AUDIÇÃO


Nenhum animal doméstico é páreo para o gato no quesito audição. Ele consegue ouvir os sons das vibrações corporais dos cupins. E você chegando no térreo, mesmo que esteja num apartamento no décimo andar.

HOMEM - 20 MIL HERTZ

GATO - 60 MIL HERTZ

A MELHOR AUDIÇÃO: BALEIA-BRANCA (OU BELUGA) - 123 MIL HERTZ

 

VISÃO

 

Temos três receptores de cor nos olhos: um para cada cor primária (vermelho, azul e verde). Os papagaios têm quatro: os nossos mais um para o ultravioleta. O mundo deles, então, é bem mais colorido que o seu.

HOMEM - 3 receptores de cor

PAPAGAIO - 4 receptores de cor

A MELHOR VISÃO: CAMARÃO MANTIS - 12 receptores de cor


PALADAR

 

Cachorros e gatos praticamente não sentem o gosto da comida. Se você quiser um bicho de estimação com paladar apurado, compre um porquinho-da-índia, que tem duas vezes mais papilas gustativas que os humanos. Ou arranje um bagre, o campeão mundial de paladar, com três vezes mais papilas que você.

HOMEM - 9 MIL papilas gustativas

PORQUINHO-DA-ÍNDIA - 17 MIL papilas gustativas

O MELHOR PALADAR: BAGRE - 27 MIL papilas gustativas



Fonte: SuperInteressante (adaptado)

música: Outro nível - Da Weasel
publicado por mímica às 23:07

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Quarta-feira, 11 de Julho de 2012

Reino Unido: testes em animais batem recorde de 25 anos

 

Em 2011, a utilização de animais em testes científicos, no Reino Unido, foi a maior dos últimos 25 anos, de acordo com números do Home Office britânico. Segundo a entidade, foram feitos mais de 3,8 milhões de testes – como por exemplo a criação de ratos geneticamente modificados, para imitar doenças neurológicas em animais –, o que equivale a um aumento de 68.100 testes, ou 2%, em relação aos números de 2010.

O Home Office monitoriza a pesquisa em animais desde 1987, pelo que este número poderá ainda ser mais relevante. Nesse ano, o departamento contabilizou 3,5 milhões de testes em projectos de pesquisa. Muitos destes animais são utilizados para mais do que um teste autorizado.

“A longo prazo, [queremos reduzir a utilização de animais em pesquisas]. Mas é algo que não podemos fazer em 12 meses”, explicou Martin Walsh, director da divisão de Testes Científicos em Animais, do Home Office.

Os números reflectem uma mudança na forma como os animais são utilizados por cientistas, nas universidades e indústria farmacêutica. Assim, nota-se uma maior utilização de peixes e aves, e uma grande descida na utilização de macacos – quase de 50%, para os 2.213 – e de ratos.

O aumento dos testes em peixes – cresceram 72.959 em 2010 – deve-se sobretudo à adopção de experiências toxicológicas anteriormente feitas em ratos. O número dá conta dos testes universitários feitos no peixe-zebra, para estudar o desenvolvimento do embrião. Nos primeiros dias de vida, os peixes-zebra são transparentes, o que permite aos cientistas perceberem o desenvolvimento dos seus órgãos e testar o impacto de químicos no seu crescimento.

“A pesquisa em animais é conduzida para benefício de humanos e animais, e vimos grandes avanços, nos últimos anos, na prevenção e tratamento de doenças que nos pareciam incuráveis há uma década. Esperamos ver, nos próximos anos, uma diminuição no número de cães, gatos e primatas utilizados, na sequência dos esforços para a redução, refinamento e substituição de animais em pesquisas de cientistas, tal como está previsto no NC3Rs”, explicou, por sua vez, Fran Balkwill, da ONG Understanding Animal Research.

Lançado em 2004, o NC3Rs é um programa britânico que pretende trazer a ética para a pesquisa em animais e que trabalha com organizações governamentais, empresas, laboratórios de investigação e ONG de defesa dos animais.

 

Fonte: GreenSavers

 

Segue-se agora embaixo, para os interessados, as empresas que FAZEM e as que NÃO FAZEM testes em animais:

 

Top 10 marcas que fazem testes em animais:
1. Colgate
2. Avon
3. Axe
4. Maybelline
5. Lancôme
6. Dolce & Gabbana
7. Lux
8. Giorgio Armani
9. Gucci
10. Ralph Lauren
Veja mais marcas que fazem testes em animais aqui.

 

Top 10 marcas que não fazem testes em animais:
1. Nivea
2. Victoria’s Secret
3. Prada
4. Clinique
5. Natura
6. Revlon
7. M.A.C
8. O boticário
9. Missoni
10. Carolina Herrera
Veja mais marcas que não fazem testes em animais aqui.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

publicado por mímica às 14:58

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Terça-feira, 3 de Outubro de 2006

McDonalds é processado por vender frango cancerígeno

Um grupo de médicos americanos anunciou na noite de quinta-feira que entrou com uma ação contra as redes de fast food McDonalds e Burger King depois da descoberta de substâncias cancerígenas no frango grelhado vendido em suas lanchonetes na Califórnia.

A Comissão de Militantes por uma Medicina Responsável (PCRM) entrou com uma ação no tribunal de Los Angeles contra sete redes de fast food para obrigá-las a informar os consumidores sobre os riscos de câncer contidos no frango grelhado.

"Cada uma das sete amostras de frango grelhado, recolhidas em lanchonetes diferentes, recebeu positivo para um composto cancerígeno perigoso chamado PhIP", indicou a Comissão num comunicado.

O PhIP é uma amina heterocíclica que pode ser desprendida quando as carnes são grelhadas. "O frango grelhado pode provocar câncer, e os consumidores precisam saber que este produto considerado saudável é, na verdade, tão ruim quanto o frango grelhado saturado de gordura", assegurou o presidente da PCRM, Neal Barnard.

Fonte: Ajudem-nos

Os médicos apresentaram a ação com base na lei californiana que obriga os restaurantes a advertirem os consumidores. Eles também atacaram as redes Chick-fil-A, Chil`s, Applebee`s, Outback Steakhouse e TGI Friday`s.

O grupo McDonalds foi alvo neste ano de uma série de ações que alegavam que as batatas fritas continham glúten ou produtos lácteos. Pessoas alérgicas a esses produtos teriam tido problemas após consumir batata frita do MacDonald.

Em janeiro de 2005, a Justiça autorizou os consumidores a processarem o grupo por este ter provocado sua obesidade.

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publicado por mímica às 18:55

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Segunda-feira, 8 de Maio de 2006

Cientistas vão congelar animais em vias de extinção


Cientistas britânicos anunciaram hoje a intenção de congelar animais pertencentes a espécies ameaçadas de extinção para preservar o seu ADN, na esperança de poderem um dia ressuscitá-los por clonagem.
Denominado "A Arca Congelada", numa alusão à Arca de Noé, que, segundo a Bíblia, salvou todos os animais do Dilúvio, o projecto prevê a colheita de ADN e de amostras de tecidos de milhares de espécies ameaçadas de desaparecimento.
in Público

sinto-me:
música: The most beautiful girl in the world do Prince
publicado por mímica às 21:11

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