A forma primitiva do pequinês talvez encontra-se num cão raposino do sudeste asiático, proveniente por sua vez, como todos os da sua raça, do cão das turfeiras. A sua verdadeira origem é desconhecida. Somente sabe-se que é muito antigo, talvez contemporâneo da aparição do Celeste Império.
Na China existe uma curiosa lenda que estabelece origens, não científicas da origem do pequinês. Um dia, um leão apaixonou-se por uma macaca pequena, com a qual quis casar-se; mas era necessário primeiro, apresentar-se ante o deus Hai-ho, que disse ao leão: "Se estás disposto a sacrificar a tua estatura e a tua força por amor a esta macaca, consigo que te cases com ela". O leão aceitou de boa vontade; o fruto dessa união foi o cão pequinês que conservou o porte orgulhoso e expressão nobre do rei da selva, unidos à graça e à ternura duma macaquinha.
O pequinês foi levado para a Europa, mais exactamente para a Inglaterra, em 1861, depois da queda de Pequim e da destruição do Palácio de Verão em mãos das tropas franco-inglesas. Oficiais ingleses levaram como presa de guerra alguns exemplares, dos quais um foi oferecido como presente à rainha Vitória. A criação europeia contou, desse modo, com os seus primeiros antepassados.
À continuação desenvolveu-se de tal modo, com tanto cuidado, que se obtiveram exemplares de beleza inigualável. No seu país de origem, ao contrário, a raça decaiu subitamente e foi necessário reimportar reprodutores da Europa e da Austrália.
As dimensões, os dados somáticos e as características gerais sofreram modificações importantes, cada vez mais afastados do padrão. A confrontação entre o standard oriental, redigido há uns trinta anos ou mais, e o standard europeu o demonstra claramente. Desconhecemos, por outra parte, as condições atuais da criação na China.
Às qualidades estéticas o pequinês alia certo grau de inteligência. É atento, brincalhão e afectuoso. Dentro de casa intromete-se em tudo. É preciso, porém, ter cuidado com os olhos, que são frágeis; muitos deles ficam cegos.
PADRÃO DA RAÇA (Manual de Exposição - Bruno Tausz)
Classificação FCI: grupo nº 9
Padrão 207 b
País de Origem: China - Pekim
Nome no país de origem: Pekingese
Utilização: Companhia
Aparência Geral - pequeno, compacto, de aparência leonina. Ossatura pesada e tronco vigoroso,bem constituído são essenciais para a raça, leal, destemido, reservado.
Talhe - altura (padrão não comenta)
- comprimento (padrão não comenta)
- peso: Maximo machos 5 quilos e fêmeas 5,5 quilos.
Pelagem - dupla: pêlo longo, liso e um pouco rústico. A juba é profusa ocupando o pescoço. Franja profusas revestem as orelhas, a face posterior dos membros , a cauda e os dedos . O subpêlo é espesso.
COR - todas as cores e marcações são permitidas exceto o albino e fígado. Os particolores devem ter as marcações bem distribuídas.
Cabeça - grande, proporcionalmente mais larga que profunda.
Crânio - amplo, largo entre os olhos, achatado entre as orelhas.
Stop - bem pronunciado.
Olhos - grandes, límpidos, arredondados, escuros e brilhantes, pálpebras pretas.
Orelhas - formato de coração, de inserção no nível do crânio, portadas caídas rente a cabeça com franjas longas e profusas. A ponta não ultrapassa a linha do focinho.
Focinho - largo, com ruga bem pronunciada sobre maxilar firme. Perfil chato, nariz bem alojado entre os olhos.
Trufa - preta. Curta e larga: narinas grandes, abertas e pigmentação lábios e contorno dos olhos, preto.
Lábios - pretos, linha nivelada, não podendo deixar dentes e íngua aparente.
Mordedura - prognata, mandíbula firme.
Tronco - linha superior levemente descendente.
Pescoço - bastante curto e grosso.
Dorso - curto e plano.
Lombo - (padrão não comenta)
Costelas - constelas bem arqueadas.
Peito - tórax largo.
Ventre - cintura bem marcada.
Garupa - (padrão não comenta).
Membros -
Ombros - com escápulas firmes.
Anteriores - curtos, robustos, com ossatura forte; ossos levemente arqueados.
Posteriores - apesar de mais leves que os anteriores são firmes e bem delineados.
Patas - grandes, chatas, não arredondadas, com longas franjas, levemente voltados para fora. Os anteriores pisam apoiando-se, somente, nas patas.
Cauda - inserção alta, firme, portada levemente curvada sobre o dorso e caída para qualquer dos lados.
Movimentação - andadura com balanço lento e garboso na dianteira (leve roll). Este movimento típico não deve ser confundido com a oscilação causada por falta de firmeza dos ombros. Durante o movimento os posteriores tendem ao eixo central.
Faltas - avaliadas conforme a gravidade.
Desqualificações - as gerais.
Fonte: Saude Animal
Desconfiado, porém leal e afectuoso
O Pequinês é um excelente cão de companhia, leal e obediente. Desconfiado com estranhos, é um cão que late pouco e é afectuoso com o dono. É um cão perfeito para apartamentos.
Suas franjas abundantes e seu nariz achatado são características marcantes. Além disso, seu pêlo longo e liso fazem parte do seu visual. A pelagem é dupla com subpêlo espesso. Deve ser escovado três vezes por semana, para se evitar nós.
Ele é um cão pequeno, compacto, destemido e reservado. Alguns cuidados devem ser tomados, principalmente em relação aos olhos. A higiene feita com água boricada para retirar as ramelas e evitar o escurecimento embaixo dos olhos deve ser feita frequentemente. Já a ruga em cima do focinho precisa ser limpa com algodão e água para evitar assaduras e mau cheiro.
As cores do Pequinês são todas, excepto o albino e fígado. A pigmentação preta é essencial no nariz, lábios e contorno dos olhos.
O peso, em média, é de cinco quilos para os machos e 5,5 quilos para as fêmeas. A altura varia de 15 a 23 centímetros. A reprodução é feita artificialmente caso o macho não consiga acasalar. Como a cabeça dos filhotes é grande, nos EUA é comum a prática prevenida de cesariana.
Origem e História
O Pequinês, como o nome sugere, teve a sua origem na China onde, no passado, era considerado sagrado. Por sua origem exótica e distinta personalidade se tornou fascinante aos ocidentais, sendo hoje muito apreciado em todas as partes do mundo.
Há uma dúvida sobre a data de sua origem. Apesar dos primeiros registos serem datados do século VIII (Dinastia Tang), muitos consideram que linhagens mais antigas, da época da família imperial, eram mantidas puras e isoladas e o roubo desses cães sagrados era punido com a morte.
A introdução dos Pequineses no Mundo Ocidental foi resultado do saque feito ao Palácio Imperial em Pequim pelas forças britânicas em 1860.
A realeza chinesa preferia matar seus Pequineses a vê-los nas mãos de caucasianos, por isso, durante a aproximação das tropas inglesas, eles mataram quase todos os cães, antes de cometer suicídio.
Dos cinco animais sobreviventes encontrados pelos ingleses, todos de cores diferentes, o de duas cores (castanho e branco) foi presenteado à Rainha Victória no retorno à Inglaterra.
A ida desses pequenos cães para solo ocidental não mudou em nada a sua personalidade e objectivo - ser uma companhia gentil e leal aos seus donos - e essa missão o Pequinês cumpre com perfeição.
Fonte: PetFriends