Sábado, 10 de Abril de 2010
Mais de trezentas pessoas estão hoje, sábado, à tarde a manifestar-se em frente ao Campo Pequeno, em Lisboa, para exigir ao Governo mais legislação que proteja os animais e o fim das touradas em Portugal.
"Tradição não é justificação, é falta de instrução!", "torturar e matar merece castigo" e "já não somos primitivos" eram algumas da frases que se podiam ler em cartazes, enquanto "troque de lugar com os touros" e "todos diferentes, todos animais" eram algumas das opções nas 't-shirts'.
"O que pretendemos dizer ao legislador e ao Governo é que os cidadãos estão muito descontentes com a forma como os animais estão protegidos em Portugal e exigem mais protecção legislativa", afirmou aos jornalistas Rita Silva, presidente da Animal, associação que convocou o protesto.
Maria João Oliveira, uma das manifestantes, veste uma camisola onde se pode ler "salva os touros dos toureiros". Considera que este é um protesto "bastante válido": "Os animais não estão protegidos em termos de legislação".
"A evolução da sociedade também se vê pela forma como se tratam os animais", acrescentou, revelando ter tido conhecimento do protesto através das redes sociais.
Já Cristina, presente nas marchas e manifestações há vários anos, diz que em Portugal os animais só têm valor "enquanto património de alguém", reclamando, por isso, mais legislação.
Critica ainda a recente criação pelo Ministério da Cultura de uma Secção de Tauromaquia: "É uma vergonha e uma ofensa".
Depois da concentração, os manifestantes vão seguir em marcha até ao Parlamento. É o caso de Diana, de 20 anos, que é contra a realização de touradas.
"Esse tipo de espectáculo é medíocre e retrógrada. Não tem de existir, muito menos com a desculpa de que é tradição", afirmou.
A presidente da Associação Animal espera que o protesto reúna "milhares de pessoas" durante a tarde, até porque "todos os grupos de protecção dos animais", de norte a sul, aderiram.
"É bastante expectável que cheguemos aos milhares e isso é uma muito boa mensagem a passar ao legislador", afirmou.
Fonte: JN Online
Sexta-feira, 3 de Julho de 2009
O Parlamento aprovou hoje um diploma que autoriza o Governo a criminalizar os promotores de lutas entre animais e os donos de cães perigosos, com a possibilidade de penas até 10 anos de prisão.
O diploma foi aprovado com os votos favoráveis do PS, PCP, BE, PEV e a abstenção do PSD e do CDS-PP. O deputado do PSD Mendes Bota votou a favor.
A autorização legislativa prevê que "as penas previstas nas normas ao abrigo da lei não podem exceder 10 anos de prisão".
O Governo definirá os ilícitos criminais que correspondem à participação ou promoção de lutas entre animais e à ofensa à integridade física causada por animais, por dolo do dono.
De acordo com o diploma, passará a ser punível "a tentativa" de organização de lutas entre animais, e as ofensas à integridade física causadas por animais, seja por dolo ou negligência do dono.
A pena será agravada se da agressão resultarem "ofensas graves" à integridade física da vítima.
No preâmbulo do diploma, aprovado em Conselho de Ministros a 28 de Agosto do ano passado, o Governo considera que "a punição como contra-ordenação das ofensas corporais causadas por animais de companhia não é eficaz para a sua prevenção".
"Por as lutas entre animais visarem o aumento do seu potencial genético agressor, são ainda criminalizadas tanto a sua organização, como a participação nas mesmas", refere ainda a proposta de lei.
Um diploma do CDS-PP que visava combater a realização de espectáculos de luta de cães, criminalizando a sua promoção ou realização" foi chumbado pela maioria PS.
Fonte: DN
tags: animais de estimação,
animais domésticos,
bulldog,
curiosidade,
curiosidades,
cães,
defensor dos animais,
defensora dos animais,
maus tratos aos animais,
pior dono,
portugal,
preconceito,
raça de cães,
rodeios,
rottweiler,
saúde,
temperamento
Sábado, 27 de Junho de 2009
A realização de uma tourada à corda durante as festas de São Pedro na Ribeira Grande (pelas 14 horas do dia 27 na Ribeira Seca) está a gerar acesa polémica com os ambientalistas e amigos dos animais a contestarem a iniciativa incluída no programa das festividades da câmara da Ribeira Grande.
A Câmara da Ribeira Grande ‘lava as mãos’ da tourada referindo que a iniciativa é da responsabilidade da comissão de festas da Ribeira Seca. Explica que, anualmente, esta comissão de festas inclui as suas iniciativas no programa de festas da Câmara.
Elementos da comissão de festas da Ribeira Seca, contactados ontem pelo ‘Correio dos Açores’, disseram que a tourada à corda “surge por ser uma novidade”, pedindo, contudo, que enviássemos as perguntas por escrito para que a comissão pudesse assumir uma posição conjunta e torná-la pública hoje.
A tourada à corda chega, na actualidade, a São Miguel pelas mãos da Associação Agrícola de São Miguel, de que é presidente Jorge Rita e secretário da Agricultura e Florestas, Noé Rodrigues. Ambos surgiram lado a lado durante a recente tourada, promovida no âmbito do último concurso pecuário num espaço onde se encontravam alguns milhares de pessoas, a maioria esmagadora das quais jovens e famílias de Rabo de Peixe.
Significativo que a Câmara da Ribeira Grande promova agora uma segunda tourada este ano em São Miguel precisamente na Ribeira Seca, a poucos quilómetros de Rabo de Peixe. Não é por acaso que se escolhe esta zona para lançar as touradas à corda. O objectivo é, certamente, chamar ao espaço centenas de jovens aficionados das duas freguesias.
‘Amigos...’: “Indignação”
Estas touradas à corda, de cariz cultural terceirense, “não tem”, de harmonia com os ambientalistas, “qualquer raiz cultural e identitária micaelense” e a sua introdução “compulsiva” na ilha é contestada por vários quadrantes sociais.
A associação ecológica ‘Amigos dos Açores’ manifestou ontem “indignação” sustentada pela “introdução de espectáculos relacionados com o sofrimento animal onde estes não são tradição” e “lamenta” que a tourada surja a par de uma manifestação cultural própria do concelho que “se assume pelo respeito pelos animais”, como são as Cavalhadas de São Pedro.
Numa época em que a Comunidade Europeia tende a reduzir os espectáculos taurinos aos locais onde estes são tradições e em que Portugal “vai dando algumas respostas positivas nesse sentido, nos Açores procura-se incessantemente maximizar e generalizar estes espectáculos ao arrepio de um progresso civilizacional reconhecedor do bem-estar animal”, lê-se no comunicado dos ‘Amigos dos Açores’.
Para a associação ecológica, a introdução de touradas à corda em ilhas onde não têm qualquer ligação histórica ou cultural “não é mais que a procura da constituição de precedentes para a generalização da tauromaquia, na totalidade dos seus diversos espectáculos, a toda a região, em resposta aos interesses económicos do sector, tal como ficou expresso na recente iniciativa da Assembleia Legislativa dos Açores, que projectava a introdução das corridas picadas em todo o arquipélago”.
Carta a Ricardo…
Embora a iniciativa da tourada seja da comissão de festas da Ribeira Seca, o ambientalista Teófilo Braga dirige, no blogue “Terra Livre” do Colectivo Açoriano de Ecologistas, uma carta aberta ao presidente da câmara da Ribeira Grande, Ricardo Silva, onde evidencia a sua incredulidade pelo patrocínio que dá à tourada.
Diz ter sido com “esperança” que presenciou a chegada de Ricardo Silva à presidência da autarquia por ser “pessoa de cultura, sensível ao património cultural e natural da sua terra e conhecedor das tradições do povo concelhio”.
“A promoção de uma tourada à corda, de que não sou adepto mas respeitador como tradição terceirense que precisa de evoluir no sentido de minimizar o sofrimento animal e os riscos para os homens, é um sinal de que estava, de algum modo, iludido” com o actual elenco camarário, afirma Teófilo Braga.
“Manchar Cavalhadas…”
Em seu entender, a tourada associada às Cavalhadas “só vem manchar esta manifestação cultural única, que não precisa de qualquer outro chamariz”.
Acrescenta que a tourada “não contribui para a educação cívica dos cidadãos e é única e exclusivamente um apoio da Câmara Municipal da Ribeira Grande a uma indústria económica não concelhia”.
Nesta perspectiva, Teófilo Braga manifesta “repúdio por esta iniciativa” de que o presidente da Câmara “é o responsável máximo”.
Acaba por comunicar que “terá em conta este facto nas próximas eleições autárquicas”.
Muitas têm sido, na blogosfera, as críticas ao aparecimento de uma tourada nos festejos de São Pedro, algumas cheias de oportunidade. “Parece que, de repente, todos os açorianos têm que ser terceirenses, que o que é tradição de uma ilha é metido num barco qualquer e ala de fazer ninho no tecido tradicional de outras ilhas”.
“É como se os biscoitos de orelha da minha Ilha (Graciosa) e os Molhos passassem a ser confeccionados e vendidos como especialidade das Furnas juntamente com o cozido. Anda tudo a ser desvirtuado”.
A Ribeira Grande “não precisa de acrescentar às Cavalhadas as touradas para chamar turistas, precisa isso sim de valorizar cada vez mais as Cavalhadas, de incuti-las na juventude. É que qualquer dia, as Cavalhadas deixam de existir em favor das touradas à corda que se calhar são bem mais divertidas.
Fonte: Correio dos Açores
Domingo, 4 de Junho de 2006
Na telenovela “América” da Globo, da autoria de Glória Perez. , pôde assistir-se a uma promoção descarada dos rodeios, como se de alguma actividade nobre se tratasse.
Não se tratando de uma actividade com tradição em Portugal — ao contrário do que acontece com as touradas, por exemplo — a maioria das pessoas não faz a mínima ideia do sofrimento que os rodeios envolvem, pensando porventura que não se trata de nada de muito condenável. Infelizmente, contudo, não será exagero dizer que os rodeios (ou grande parte deles) são actividades ainda mais cruéis e violentas do que as próprias touradas.
O comportamento aparentemente selvagem que os animais exibem durante um rodeio não é o seu comportamento “natural” ou “normal”. Os animais utilizados nos rodeios são animais mansos e não animais selvagens, como se pretender levar os espectadores a crer. Os cavalos e os touros ou os bois saltam porque se tentam libertar do sedém e da dor que este provoca (o sedém é um verdadeiro instrumento de tortura que comprime a área genital dos animais), sendo que após o sedém ser solto, os animais acalmam-se imediatamente. Os únicos animais selvagens nos rodeios dos nossos dias são os homens.
Os rodeios representam aquilo que de pior nós somos capazes: sujeitar outros animais a um sofrimento atroz apenas para nos divertirmos. Eticamente, são indefensáveis e, como tal, é muito estranho que sejam promovidos desta forma pela SIC, numa telenovela de horário nobre. Na página da telenovela, no Web site da SIC, pode ler-se algo verdadeiramente hilariante:
Ao falar do universo rural dos rodeios, Glória Perez quer mostrar a simplicidade da vida no campo e a relação estreita dos peões com os bichos e a terra. A autora ressalta que um dos propósitos da novela é fazer uma campanha pelos bons tratos aos animais
Pois… afinal esta telenovela promove os rodeios como forma de promover os bons tratos aos animais… O que se seguirá? O diário do Zé-Manel-espanca-a-mulher-todos-os-dias para promover os direitos das mulheres?
(Veja o vídeo da PEA sobre rodeios em:
http://planeta.terra.com.br/educacao/pea/rodeio.wmv)
Créditos: Blogue Pelos Animais
sinto-me: